Diante da complexidade do tratamento do câncer de mama, é fundamental compreender os diversos aspectos envolvidos nessa jornada desafiadora. Desde a detecção precoce dos sinais até as opções terapêuticas disponíveis, cada etapa desempenha um papel significativo na luta contra essa doença.
Neste artigo, exploraremos as diferentes modalidades de tratamento para o câncer de mama, destacando as particularidades de cada abordagem terapêutica.
Ao compreender melhor essas alternativas e considerações, esperamos fornecer uma base sólida para que pacientes e seus familiares possam enfrentar essa jornada com confiança e determinação. Vamos explorar juntos o universo do tratamento do câncer de mama, destacando seus desafios, conquistas e caminhos para a esperança.
Como identificar o câncer de mama?
Para identificar possíveis sinais de câncer de mama, é importante estar atento a diversas manifestações que podem se apresentar de forma variada em diferentes pacientes.
Alguns sintomas que merecem atenção especial incluem inchaço ou vermelhidão em toda ou parte da mama, mesmo na ausência de um nódulo palpável; presença de um nódulo único e endurecido; irritação ou abaulamento em alguma região da mama; desconforto ou dor na mama ou no mamilo; inversão do mamilo; espessamento ou retração da pele ou do mamilo; secreção sanguinolenta ou serosa nos mamilos; e aumento dos linfonodos.
Estar ciente desses sinais e sintomas e buscar avaliação médica diante de qualquer alteração é fundamental para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.

Como é o tratamento do câncer de mama?
É igual para todo mundo?
O tratamento é totalmente individualizado, considerando uma gama de elementos do paciente, incluindo sua idade, estilo de vida, saúde geral e a natureza específica do câncer de mama, desde o tipo até o estágio da doença.
A abordagem terapêutica é única para cada caso, determinada pela equipe médica para garantir a máxima eficácia do tratamento.
Além disso, o tratamento pode ser classificado em: terapia local e terapia sistêmica.
Terapia local
O tratamento local, composto por cirurgia e radioterapia, visa remover o tumor sem afetar o restante do organismo, focando apenas na área afetada pela doença.
Terapia sistêmica
A terapia sistêmica abrange a utilização de medicamentos, os quais podem ser administrados oralmente ou por via intravenosa, visando atingir as células cancerígenas em todo o corpo. Ou seja, não afeta somente a área onde a doença está instalada. Diversos tratamentos sistêmicos são empregados, dependendo do tipo de câncer de mama, como a quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e terapia alvo.
O que é estágio do câncer?
A fase em que o câncer de mama se encontra, considerando seu tamanho e extensão é chamado de estágio e ele desempenha um papel fundamental na determinação das escolhas terapêuticas.

Tratamento para o câncer de mama – por estágio da doença
O planejamento do tratamento e sua duração são determinados principalmente pelo estágio em que o tumor se encontra.
No entanto, há outros fatores que também podem influenciar, tais como a presença de receptores hormonais nas células cancerígenas (ER/PR positivo), a quantidade da proteína HER2, a saúde geral e as preferências pessoais da paciente, sua fase na vida (menopausa ou não) e a velocidade de crescimento do tumor. Esses elementos ajudam a equipe médica a personalizar o tratamento de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Estágio 0 – Câncer de mama in situ
Considerado como o estágio inicial mais precoce do câncer de mama, é também denominado carcinoma intraductal, carcinoma ductal in situ ou câncer não invasivo. Nesta fase, os tumores se restringem aos ductos mamários, podendo surgir em uma ou várias áreas da mama. Contudo, devido à sua localização dentro dos ductos que percorrem o tecido mamário, esse tipo de câncer inicial não entra em contato com os vasos sanguíneos presentes na glândula mamária, impedindo sua disseminação para outros órgãos.
Câncer de mama tratamento – estágio 0
O tratamento para o câncer de mama em estágio 0 difere das abordagens utilizadas para cânceres invasivos, sendo considerado atualmente mais um indicativo de risco do que propriamente um câncer de mama em si.
Estágio 1 – Câncer de mama em estágio inicial
Geralmente, o câncer continua a crescer em um ritmo mais lento e tem menor probabilidade de se espalhar para outros órgãos. Apresenta tumores que são menores ou iguais a 2 cm e permanecem confinados à mama, sem afetar os gânglios linfáticos. Com um diagnóstico precoce, as perspectivas de cura são excelentes e o paciente tende a responder favoravelmente ao tratamento.
Neste estágio, as células cancerígenas ainda se assemelham às células normais do tecido mamário.
Câncer de mama tratamento – estágio 1
Geralmente, a opção terapêutica primária é a cirurgia, podendo ser complementada com radioterapia e quimioterapia, ou outros tratamentos adicionais, dependendo do caso específico do paciente.
Estágio 2 – Câncer de mama em estágio inicial
Nesse estágio, os tumores podem variar um bastante de tamanho, podendo atingir até 5 cm, com ou sem o envolvimento dos linfonodos, ou ainda tumores maiores que 5 cm sem disseminação para os linfonodos.
Câncer de mama tratamento – estágio 2
Apesar disso, ainda existe uma boa chance de cura, e os tratamentos recomendados são semelhantes aos do estágio 1, com ajustes na intensidade e duração conforme necessário.
Estágios 3 e 4 – Câncer de mama avançado
Nos estágios 3 e 4, os cânceres de mama entram em uma fase mais avançada, cada um com características distintas a serem compreendidas.
No estágio 3, o câncer é considerado localmente avançado, o que indica a disseminação para os linfonodos e/ou outros tecidos da mama, embora ainda não tenha atingido outras partes do corpo.
Por outro lado, o estágio 4, conhecido como câncer de mama metastático, implica na disseminação das células cancerosas para outras áreas do corpo, como fígado, pulmões, ossos, cérebro e outros tecidos.
Câncer de mama tratamento – estágio 3
No estágio 3 da doença, geralmente o câncer, ainda pode ser tratado com abordagens semelhantes às dos estágios 1 e 2.
Câncer de mama tratamento – estágio 4
Já neste estágio, são necessários tratamentos que atuem em todo o corpo, visando as células afetadas, como quimioterapia, imunoterapia, terapia hormonal ou terapia alvo.
Confira o artigo do INCA sobre tratamento.
Outros tipos de cânceres de mama – tratamento
Câncer de mama inflamatório – carcinoma inflamatório de mama
O câncer inflamatório da mama é uma forma agressiva da doença, caracterizada pela disseminação de pequenos fragmentos tumorais que obstruem os vasos linfáticos na camada subcutânea da pele, resultando em inchaço e vermelhidão local. Esses êmbolos também podem afetar os linfonodos da axila, aumentando significativamente o risco de disseminação para outras partes do corpo.
Este tipo de câncer é mais frequente em mulheres mais jovens e geralmente está associado a mutações genéticas. Os tumores inflamatórios muitas vezes exibem subtipos agressivos, como HER2 positivo ou triplo negativo, e tendem a crescer rapidamente, tornando-os mais responsivos à quimioterapia.
Devido ao alto risco de metástase, é recomendável realizar exames para verificar a presença de metástases em outras partes do corpo após o diagnóstico.
Câncer de mama tratamento – carcinoma inflamatório de mama
Por ser uma forma grave de câncer invasivo, o carcinoma inflamatório requer um tratamento agressivo, que pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Terapias direcionadas, como bloqueio hormonal e terapias anti-HER2, também podem fazer parte do tratamento, dependendo das características específicas do tumor.
A quimioterapia é frequentemente o primeiro passo do tratamento para reduzir a carga tumoral rapidamente e diminuir o risco de metástases. A cirurgia pode ser realizada para remover o tumor da mama, embora a abordagem conservadora nem sempre seja apropriada devido à agressividade do câncer inflamatório.
A radioterapia é frequentemente administrada após a cirurgia, seguida, em alguns casos, por mais sessões de quimioterapia.
Câncer de mama triplo-negativo
O carcinoma triplo negativo é uma forma agressiva de câncer de mama, caracterizada pela ausência de receptores hormonais e da proteína HER2 nas células tumorais. Isso torna o tratamento desafiador, mas quando identificado precocemente, as perspectivas de cura são promissoras.
Esses tumores têm um crescimento rápido e uma maior propensão para se disseminar.
Câncer de mama tratamento – Câncer de mama triplo-negativo
Uma característica distintiva do carcinoma triplo negativo é a falta de alvos terapêuticos nas células tumorais. Como resultado, terapias convencionais, como terapia hormonal e anti-HER2, não são eficazes. Dessa forma, a quimioterapia é considerada a principal opção terapêutica para esses tumores, embora a imunoterapia também esteja emergindo como uma nova alternativa.
A cirurgia muitas vezes também é parte do plano de tratamento. Quando o tumor é pequeno e localizado, a quadrantectomia é preferida, oferecendo eficácia semelhante à mastectomia, com menor impacto físico e emocional. A mastectomia é reservada para casos mais extensos ou multifocais, podendo ser precedida por quimioterapia neoadjuvante.
O tratamento é frequentemente complementado por radioterapia.
Câncer de mama recorrente
Após um período de tratamento bem-sucedido contra o câncer de mama, algumas pessoas podem enfrentar uma reativação da doença. Essa volta, quando ocorre na mama, é chamada de recidiva local. Embora a maioria dos casos seja curada inicialmente, uma parcela pequena pode ter o câncer retornando.
A recorrência do câncer de mama pode se manifestar localmente, na mesma mama ou na área onde foi feita a cirurgia, regionalmente nos gânglios linfáticos próximos ou mesmo em locais distantes do corpo. O tratamento para essa recorrência depende de onde ela acontece e dos tratamentos anteriores.
Câncer de mama tratamento – Câncer de mama recorrente
Quando a recorrência ocorre na mesma região ou nos gânglios linfáticos próximos, o tratamento segue princípios similares ao da doença inicial. A cirurgia ainda é necessária para remover completamente o tumor, mas a opção de preservação da mama é limitada devido à necessidade de radioterapia subsequente, que não é recomendada repetir na mesma área do corpo. Isso ocorre porque uma segunda dose de radioterapia pode acarretar complicações graves. Dessa forma, em caso de recorrência, a mastectomia é o caminho.
Quimioterapia para tratamento de câncer de mama – como é, efeitos colaterais e cuidados necessários
O tratamento quimioterápico é uma abordagem terapêutica que utiliza medicamentos para combater as células cancerígenas. Porém, como já vimos aqui neste artigo, nem todas as mulheres diagnosticadas com câncer de mama precisam passar por esse tipo de tratamento, pois a decisão é baseada em uma avaliação individualizada.
Os medicamentos quimioterápicos podem ser administrados de diferentes formas, seja por via oral ou intravenosa, atingindo as células tumorais através da corrente sanguínea. Os efeitos colaterais variam de acordo com o tipo, dose e duração dos medicamentos utilizados.
Entre os efeitos mais comuns estão a perda de cabelo, perda de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, entre outros. Além disso, também há o risco de infecções, hematomas e hemorragias porque a quimioterapia pode afetar as células sanguíneas da medula óssea.
É importante sinalizar que esses efeitos costumam diminuir após o término do tratamento, e atualmente existem medicamentos que podem ajudar a prevenir ou reduzir alguns desses sintomas.
Também é necessário considerar alguns cuidados especiais durante o tratamento, como por exemplo a avaliação da saúde cardíaca para verificar possíveis impactos no sistema circulatório e a saúde reprodutiva, pois a quimioterapia pode afetar o sistema reprodutor.
Radioterapia para tratamento de câncer de mama – como é, efeitos colaterais e cuidados necessários
Sua necessidade é determinada por diversos fatores, como o tipo de cirurgia realizada e a presença de disseminação do tumor para os gânglios linfáticos ou outras áreas do corpo.
Esse tratamento consiste na utilização de raios de alta energia ou partículas para destruir as células cancerígenas. Existem dois tipos principais de radioterapia empregados no câncer de mama: a radiação de feixe externo, proveniente de uma máquina externa ao corpo, e a radiação interna, conhecida como braquiterapia, na qual uma fonte radioativa é inserida no corpo por um curto período de tempo.
Geralmente, a radioterapia para câncer de mama é um tratamento que se estende por três ou mais semanas, com doses de 42 a 50 Gy total, divididas em frações diárias, aplicadas algumas vezes por semana.
O procedimento é relativamente rápido e indolor, assemelhando-se a um exame de raio-X. No entanto, o tempo de preparação pode ser um pouco mais longo.
Durante o tratamento radioterápico, alguns cuidados podem ajudar a reduzir desconfortos, como lavar suavemente a área tratada com água e sabão neutro, evitando o uso de produtos irritantes. Além disso, é importante evitar exposição ao sol e aplicar cremes ou loções na região tratada.
Quanto aos efeitos colaterais, a radioterapia externa pode causar inchaço no peito, alterações na pele semelhantes a queimaduras solares e fadiga. Essas alterações geralmente melhoram em alguns meses, mas as mudanças no tecido mamário podem levar mais tempo para desaparecer, entre 6 e 12 meses, em média.
Terapia hormonal para tratamento de câncer de mama – como é e efeitos colaterais
Terapia-alvo
A terapia hormonal desempenha um papel importante no combate a certos tipos de câncer de mama sensíveis aos hormônios circulantes no sangue. As células cancerosas que possuem receptores de estrogênio (ER-positivas) e receptores de progesterona (PR-positivas) usam esses hormônios para promover seu crescimento. No entanto, a terapia hormonal oferece uma abordagem eficaz para interromper esse processo.
Diferentemente de outros tratamentos mais localizados, a terapia hormonal age de forma sistêmica, atingindo as células cancerosas em várias partes do corpo, não se restringindo apenas à mama.
Em relação aos efeitos colaterais, geralmente são leves. No entanto, em alguns casos, os pacientes podem desenvolver complicações cardíacas durante ou após o tratamento, como insuficiência cardíaca congestiva. Felizmente, esses efeitos tendem a ser temporários na maioria dos casos e podem ser revertidos após a interrupção do tratamento.
Cirurgia para tratamento de câncer de mama
A intervenção cirúrgica desempenha um papel imprescindível no tratamento do câncer de mama, oferecendo várias opções para remover o tumor, avaliar a disseminação para os gânglios linfáticos axilares e aliviar os sintomas em estágios avançados da doença.
Existem duas abordagens principais para a remoção do câncer de mama:
Lumpectomia ou quadrantectomia
Este procedimento cirúrgico remove apenas a área afetada da mama, preservando o máximo possível de tecido mamário saudável ao redor. A extensão da remoção depende do tamanho e da localização do tumor.
Mastectomia
Nesta cirurgia, toda a mama é removida, incluindo o tecido mamário e, em alguns casos, tecidos adjacentes. Existem diferentes tipos de mastectomia, variando de acordo com a extensão da remoção do tecido mamário e dos tecidos circundantes.
Além disso, a cirurgia pode ser realizada para a remoção dos gânglios linfáticos axilares, como parte do tratamento do câncer de mama. Isso é essencial para avaliar a disseminação do tumor e determinar a extensão da doença. Existem duas abordagens principais para isso:
Biópsia do linfonodo sentinela: apenas os linfonodos sob o braço, para onde o câncer se dissemina inicialmente, são removidos.
Dissecção dos linfonodos axilares: pode remover um número maior de linfonodos axilares para avaliar mais amplamente a disseminação do tumor e determinar a extensão da doença.
Saiba mais sobre a cirurgia oncológica.
Cuidados paliativos
Nos estágios avançados do câncer, quando o tratamento curativo pode não ser mais uma opção viável, os cuidados paliativos entram em cena para oferecer conforto e suporte abrangente. Especialmente em casos de câncer terminal, esses cuidados são direcionados ao alívio dos sintomas físicos, emocionais e espirituais do paciente, visando melhorar sua qualidade de vida e proporcionar conforto tanto para ele quanto para seus familiares.
Saiba mais sobre os cuidados paliativos.
Conclusão
É importante lembrar que o diagnóstico de câncer de mama não é uma sentença de morte. Com a detecção precoce, as chances de cura podem chegar a impressionantes 95%. Mesmo em estágios mais avançados, os avanços na medicina e as opções terapêuticas disponíveis oferecem esperança e promovem resultados positivos.
O tratamento do câncer de mama é multifacetado e personalizado, adaptado às necessidades individuais de cada paciente. Desde a cirurgia e radioterapia até a terapia hormonal e a quimioterapia, cada modalidade desempenha um papel importante na jornada de cura.
Portanto, encorajamos todas as pessoas a realizarem exames regulares e a estarem atentas aos sinais e sintomas que o corpo pode apresentar. Com um diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado, é possível enfrentar o câncer de mama com coragem, esperança e determinação.
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