Vamos começar este artigo direto e reto: as doenças cardiovasculares, as temidas “doenças do coração”, são as responsáveis por milhares de mortes no mundo. Só em 2016, estima-se que quase 18 milhões de pessoas vieram a óbito por problemas relacionados ao coração. Mais a frente, veremos outros dados impressionantes.
Mas não precisa entrar em pânico! Com conhecimento e medidas proativas, você pode se proteger dessas doenças e manter seu coração batendo forte por muitos anos. É sabido que a maioria dos agravamentos nas doenças cardiovasculares são causados pelos hábitos e estilo de vida nada saudáveis dos pacientes. A verdade é que um estilo de vida um pouco mais saudável e em harmonia com o corpo poderia evitar 80% dos óbitos.
Neste guia completo, desvendaremos os mistérios das sete principais doenças cardiovasculares. Exploraremos seus fatores de risco, sintomas, métodos de diagnóstico, opções de tratamento e as melhores estratégias de prevenção para cada uma delas, aprofundando-nos em detalhes para que você tenha uma visão completa do que se passa no seu corpo.

Dados sobre óbitos relacionados a doenças cardiovasculares
Quantas mortes são causadas pelas doenças cardiovasculares?
Dados alarmantes da Sociedade Brasileira de Cardiologia expõem a magnitude do problema:
- Mais de 150 mil brasileiros já vieram a óbito em razão de doenças do coração em 2024 (01/ Janeiro a 16 de maio, às 09:40).
- As doenças cardiovasculares são as responsáveis por 30% das mortes no país todos os anos.
- Mais de 400 mil pessoas são vítimas dessas doenças anualmente.
- Mais de mil novos óbitos por dia.
- A cada hora, 46 brasileiros perdem a vida para doenças cardíacas, e a cada 90 segundos, uma nova vítima é contabilizada.
- A projeção para 2024 é de 400 mil mortes por doenças cardíacas e de circulação.
- 14 milhões de brasileiros, equivalente a 6,8% da população, sofrem com algum problema cardiovascular.
Mas o cenário não para por aí:
- As doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que todos os tipos de câncer juntos.
- São responsáveis por 2,3 vezes mais mortes que todas as causas externas (acidentes e violência).
- 3x mais do que mortes por doenças respiratórias.
- 6,5 x mais o número de mortes por todas as infecções, incluindo a AIDS.
E pasmem, assustadoramente, 23% da população nunca consultou um cardiologista (cerca de 46 milhões de brasileiros).
Pedimos desculpas por começar o artigo dessa forma, mas são números que exigem medidas drásticas e ações imediatas para proteger a saúde do coração da população brasileira. Então, nossa intenção foi apresentar de imediato a grande consequência de não cuidar do coração e manter um estilo de vida saudável.
Você pode acompanhar esses e outros dados no cardiômetro, uma ferramenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia que considera cálculos estatísticos e dados oficiais sobre óbitos.

Quais são as principais doenças cardiovasculares?
As sete principais doenças cardiovasculares são:
- Insuficiência cardíaca
- Hipertensão arterial
- Doença coronariana
- Doença cerebrovascular
- Doença reumática cardíaca
- Doença arterial periférica
- Cardiopatia congênita
Como o estilo de vida afeta a saúde cardiovascular?
O estilo de vida é o escudo do coração! 8 em cada 10 mortes por doenças cardíacas podem ser evitadas com mudanças simples na rotina.
Elimine os vilões do seu coração:
- Tabaco: Diga adeus ao cigarro, o inimigo número 1 do seu sistema cardiovascular.
- Excesso de álcool: Modere no consumo e previna danos ao coração.
- Estresse: Busque relaxamento para evitar o aumento da pressão arterial e proteger seu coração.
- Má alimentação: Adote uma dieta rica em frutas, legumes e grãos integrais para fortalecer seu coração.
Abrace os aliados da saúde:
- Atividade física: Movimente-se pelo menos 3 vezes por semana e viva mais!
- Alimentação balanceada: Dê preferência a alimentos frescos e nutritivos.
- Sono reparador: Durma 7-8 horas por noite para um coração descansado.
- Visitas ao médico: Consulte um cardiologista regularmente para cuidar da sua saúde cardiovascular.
Pequenas mudanças hoje podem fazer uma grande diferença no futuro do seu coração. Invista na sua saúde e viva com mais qualidade de vida!

Doenças cardiovasculares
Insuficiência Cardíaca
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração enfraquece e perde a capacidade de bombear sangue com eficiência, comprometendo a irrigação dos órgãos e tecidos. Imagine um motor de carro que não tem força suficiente para impulsioná-lo. É assim que o coração se sente nessa condição.
Esta doença afeta mais os indivíduos mais velhos, porém, mas isso não significa que não possa afetar também os mais jovens. A insuficiência cardíaca afeta atualmente em torno de 23 milhões de pessoas no mundo.

Quais são as causas e fatores de risco da insuficiência cardíaca?
- Hipertensão: A pressão alta sobrecarrega o coração ao longo do tempo, debilitando-o.
- Diabetes: O diabetes danifica os vasos sanguíneos e nervos que controlam o coração, prejudicando seu funcionamento.
- Infarto do Miocárdio: O ataque cardíaco lesiona o músculo cardíaco, reduzindo sua capacidade de bombear sangue.
- Doença Valvar Cardíaca (Valvulopatias): Problemas nas válvulas cardíacas, como estenose ou regurgitação, podem dificultar o fluxo sanguíneo e sobrecarregar o coração.
- Miocardiopatia: Doenças que afetam o músculo cardíaco, como cardiomiopatia hipertrófica ou dilatada, podem enfraquecer o coração e levar à insuficiência cardíaca.
- Doença arterial coronariana
- Doença cardíaca congênita
- Endocardite
- Miocardite
Além disso, o estilo de vida afeta drasticamente a condição e o surgimento de problemas cardiovasculares, como:
- Idade avançada
- Histórico familiar de insuficiência cardíaca
- Consumo excessivo de álcool
- Tabagismo
- Obesidade
- Sedentarismo
Quais são os principais sintomas da insuficiência cardíaca?
Nem sempre os sinais de alerta da insuficiência cardíaca se manifestam de forma clara. No início da doença, muitos indivíduos podem não sentir nada, enquanto outros podem ignorar os sintomas como cansaço ou falta de ar, acreditando serem apenas sinais da idade.
É importante estar atento a esses sinais sutis, pois a detecção precoce e o tratamento adequado podem fazer toda a diferença. A insuficiência cardíaca, quando não tratada, pode levar a complicações graves.
Fique de olho em:
- Fadiga extrema, especialmente ao realizar atividades físicas
- Falta de energia
- Falta de ar, especialmente ao deitar-se ou durante a noite
- Dificuldade de dormir
- Perda de apetite
- Inchaço nas pernas, tornozelos e pés, podendo chegar até no abdômen
- Tosse seca persistente com muco ou catarro.
- Batimentos cardíacos irregulares ou acelerados
- Maior vontade de urinar durante a noite
- Problema de memória e confusão
Doenças cardiovasculares
Diagnóstico de insuficiência cardíaca
- Anamnese e Exame Físico: O médico questionará sobre seus sintomas, histórico médico e familiar, e realizará um exame físico detalhado, verificando pressão arterial, frequência cardíaca, pulsos, presença de edemas e sopros cardíacos.
- Exames Complementares:
- Radiografia de Tórax: Avalia o tamanho e forma do coração, além de verificar se há sinais de congestão pulmonar.
- Eletrocardiograma (ECG): Registra a atividade elétrica do coração e pode detectar arritmias cardíacas.
- Ecocardiograma: Um exame de ultrassom que avalia a estrutura e função do coração, permitindo identificar áreas de fraqueza muscular, problemas nas válvulas e outros distúrbios.
- Teste de esforço
- Cateterização cardíaca
Qual o tratamento para insuficiência cardíaca?
O tratamento da insuficiência cardíaca visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prevenir a progressão da doença. As medidas variam de acordo com a gravidade da condição e podem incluir:
Mudanças no estilo de vida:
Adoção de uma dieta saudável com baixo teor de sal e gordura, prática regular de exercícios físicos supervisionados, controle do peso, cessação do tabagismo e manejo do estresse são fundamentais.
Medicamentos:
- Diuréticos: Auxiliam na eliminação do excesso de líquidos acumulados no corpo, aliviando sintomas como inchaço e falta de ar.
- Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ou Bloqueadores do Receptor da Angiotensina II (BRA): Reduzem a pressão arterial e a sobrecarga do coração.
- Betabloqueadores: Diminuem a frequência cardíaca e a força de contração do coração, aliviando sintomas como fadiga e falta de ar.
- Outros medicamentos: Antiarrítmicos para controlar batimentos cardíacos irregulares, anticoagulantes para prevenir coágulos sanguíneos, entre outros.
Dispositivos implantáveis:
- Marcapasso: Regula a frequência cardíaca em casos de bradicardia (batimentos cardíacos lentos).
- Desfibrilador Cardíaco Implantável (DCI): Detecta e interrompe arritmias cardíacas perigosas.
- Bomba de Assistência Ventricular (BAV): Dispositivo mecânico que auxilia o coração a bombear sangue em casos de insuficiência cardíaca grave.
Cirurgia Cardíaca:
Em casos selecionados, pode ser indicada cirurgia para reparar ou substituir válvulas cardíacas defeituosas, realizar revascularização miocárdica para melhorar o fluxo sanguíneo no coração, ou transplante cardíaco para substituir o coração por um órgão saudável.
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Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea nas paredes das artérias. É considerada uma doença silenciosa, pois muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode causar sérios problemas de saúde como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e cardíaca e ataque cardíaco.
Imagine o encanamento da sua casa: a pressão alta seria como a água circulando com muita força nas tubulações, podendo causar rupturas e vazamentos.

Quais as causas e fatores de risco da hipertensão?
- Histórico familiar de hipertensão
- Sedentarismo
- Dieta rica em sal, açúcares e gorduras saturadas
- Sobrepeso e obesidade
- Tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Apneia do sono
- Estresse crônico
- Idade avançada (acima de 40 anos).
- Diabetes
- Doença renal crônica
Quais os principais sintomas da hipertensão arterial?
A hipertensão geralmente não apresenta sintomas nas fases iniciais. Em casos mais graves, podem surgir:
- Dor de cabeça frequente
- Tontura
- Zumbido nos ouvidos
- Sangramentos nasais.
- Visão turva
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Como é feito o diagnóstico da hipertensão?
O diagnóstico da hipertensão arterial é feito através da medição regular da pressão arterial.
Qual é o tratamento para hipertensão?
O tratamento da hipertensão arterial visa reduzir e controlar a pressão arterial para prevenir complicações graves. As medidas terapêuticas variam de acordo com a gravidade da hipertensão e podem incluir:
- Mudanças no Estilo de Vida: Adoção de uma dieta saudável com baixo teor de sal, prática regular de exercícios físicos supervisionados, controle do peso, cessação do tabagismo e manejo do estresse são fundamentais para o controle da pressão arterial.
- Medicamentos: Quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar a pressão arterial, o médico pode prescrever medicamentos anti-hipertensivos. Existem diferentes classes de medicamentos, e a escolha do tipo e da combinação varia de acordo com cada paciente.
Saiba mais sobre a Hipertensão Arterial.
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Doença Arterial Coronariana (DAC)
A doença coronariana é uma condição causada pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias coronárias, responsáveis por irrigar o músculo cardíaco com sangue rico em oxigênio.
Essas placas estreitam o calibre das artérias, dificultando a passagem do sangue e podendo causar angina (dor no peito) ou até mesmo obstruir totalmente a artéria, levando ao infarto do miocárdio (ataque cardíaco).
Imagine artérias coronárias como as estradas que levam suprimentos para o coração. Quando essas estradas ficam congestionadas, o órgão não recebe a quantidade necessária de oxigênio e nutrientes para funcionar adequadamente.

Quais as causas e fatores de risco da Doença Arterial Coronariana?
Fatores de risco modificáveis:
- Hipertensão arterial
- Colesterol alto
- Diabetes
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Obesidade
- Dieta rica em gorduras saturadas e açúcares
- Estresse crônico
- Acúmulo de gordura abdominal
- Uso de drogas
- Arterite
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Formação de coágulos sanguíneos
Fatores de risco não modificáveis:
- Histórico familiar de doença coronariana
- Idade avançada (acima de 40 anos).
- Sexo masculino (homens têm maior risco do que mulheres na pré-menopausa).
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Quais os principais sintomas da Doença Arterial Coronariana?
- Dor ou aperto no peito, frequentemente descrita como uma sensação de peso, queimação, aperto ou pressão.
- Dor que pode irradiar para o ombro, braço esquerdo, costas, mandíbula ou dentes.
- Dor desencadeada por esforço físico, estresse emocional e aliviada com repouso ou uso de nitratos sublinguais.
- Outros sintomas como falta de ar, fadiga, náusea e sudorese fria podem acompanhar a angina.
Como é feito o diagnóstico da DAC?
O diagnóstico da doença coronariana envolve a avaliação dos sintomas, histórico familiar e de saúde, além de exames complementares, que podem ser:
- Eletrocardiograma (ECG)
- Teste Ergométrico
- Ecocardiograma com Doppler colorido
- Cinecoronariografia
- Tomografia Computadorizada
A Doença Arterial Coronariana tem cura?
Infelizmente não tem cura. Os tratamentos servem para evitar complicações graves e garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Qual o tratamento para a Doença Arterial Coronariana?
O tratamento da doença coronariana tem como objetivos aliviar os sintomas, prevenir o infarto do miocárdio e melhorar a qualidade de vida. As estratégias terapêuticas variam de acordo com a gravidade da doença e podem incluir:
Mudanças no Estilo de Vida
Adoção de uma dieta saudável com baixo teor de gordura saturada e colesterol, prática regular de exercícios físicos supervisionados, controle do peso, cessação do tabagismo e manejo do estresse são fundamentais para retardar a progressão da doença coronariana.
Medicamentos:
- Estatinas: Medicamentos que reduzem os níveis de LDL-colesterol (colesterol ruim) e auxiliam na regressão das placas de gordura.
- Antiplaquetários: Medicamentos que inibem a agregação plaquetária, diminuindo o risco de formação de coágulos sanguíneos que podem obstruir as artérias coronárias.
- Betabloqueadores: Diminuem a frequência cardíaca e a força de contração do coração, reduzindo a demanda por oxigênio.
- Bloqueadores dos canais de Cálcio: Relaxam os músculos lisos das artérias coronárias, facilitando o fluxo sanguíneo para o coração.
- Aspirinas:em baixas doses, ajudam a ‘afinar o sangue’, diminuindo o risco de formação de coágulos.
Cirurgias
- Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM): Cirurgia tradicional onde se utilizam vasos sanguíneos saudáveis de outras partes do corpo (geralmente a artéria mamária interna e a veia safena magna) para criar pontas de veia que contornam as obstruções nas artérias coronárias, restabelecendo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. A famosa ponte de safena.
- Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea (PTCA): Procedimento minimamente invasivo onde se introduz um cateter pela artéria femoral até a artéria coronária obstruída para abrir a artéria. Em muitos casos, é implantado um stent para manter a artéria aberta e prevenir futuros problemas.
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Doença Cerebrovascular: o AVC
Também ambém conhecida como acidente vascular cerebral (AVC), é uma condição neurológica causada pela interrupção do fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro, levando à morte celular e comprometimento das funções neurológicas controladas pela área afetada.
Imagine o cérebro como uma cidade: o AVC seria como um corte de energia, deixando bairros inteiros sem luz e comprometendo o funcionamento de todos os estabelecimentos e serviços essenciais.
AVC e derrame cerebral são a mesma coisa?
Sim. Muitas pessoas possuem essa dúvida e até acham que são coisas diferentes, mas ambos os termos servem para descrever quando ocorre a morte de células do cérebro pela interrupção do fluxo sanguíneo dentro do vaso ou o rompimento deste vaso.
Quais são os tipos de AVC?
- AVC Isquêmico: É o tipo mais comum, representando cerca de 85% dos casos. Ocorre devido à obstrução de uma artéria cerebral por um coágulo sanguíneo.
- AVC Hemorrágico: Representa cerca de 15% dos casos e acontece quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, causando sangramento e lesão cerebral.

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Quais são as principais causas do AVC?
AVC hemorrágico
O AVC hemorrágico tem como principal causa a pressão alta descontrolada e a ruptura de um aneurisma. Porém, também pode pode ser provocada por causa de distúrbios de coagulação do sangue, arritmias cardíacas, doenças das válvulas cardíacas, vasculite, insuficiência cardíaca, infarto, entre outras causas.
AVC isquêmico
O AVC isquêmico se divide em quatro grupos diferentes: AVC isquêmico aterotrombótico, AVC isquêmico cardioembólico, AVC isquêmico de outra etiologia e o AVC isquêmico criptogênico.
Cada grupo possui causas distintas como a formação de placas nos vasos sanguíneos maiores, problemas de coagulação do sangue, entre outras.
Quais são os fatores de risco do AVC?
- Hipertensão
- Diabetes tipo 2
- Colesterol alto
- Sobrepeso
- Obesidade
- Tabagismo
- Uso excessivo de álcool
- Idade avançada
- Sedentarismo
- Uso de drogas ilícitas
- Histórico familiar
- Ser do sexo masculino
Quais os sintomas do AVC?
Os sintomas do AVC podem variar de acordo com a localização e extensão da área cerebral afetada. Alguns sinais de alerta que merecem atenção imediata incluem:
- Fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, podendo afetar face, braço ou perna.
- Dificuldade para falar ou entender a fala.
- Visão turva, embaçada ou perda de visão em um olho.
- Tontura ou desequilíbrio.
- Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente.
Diagnóstico de AVC
O diagnóstico rápido e preciso do AVC é fundamental para minimizar o dano cerebral e iniciar o tratamento precoce. O diagnóstico é feito por exames de imagem, que podem ser:
- Tomografia computadorizada (TC) de crânio para diferenciar AVC isquêmico de hemorrágico e identificar a área cerebral afetada.
- Ressonância magnética (RM) de crânio pode ser utilizada em casos específicos para avaliar melhor a extensão da lesão cerebral.
- Angiografia cerebral: Exame que utiliza raios X e contraste para visualizar as artérias cerebrais e identificar possíveis obstruções.
A Tomografia computadorizada tem sido o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo.
Qual o tratamento do AVC?
O tratamento do AVC depende do tipo (isquêmico ou hemorrágico) e da gravidade da lesão. O foco principal é restabelecer o fluxo sanguíneo para o cérebro o mais rápido possível e prevenir complicações.
- AVC Isquêmico:
- Trombolíticos: Medicamentos que dissolvem coágulos sanguíneos, utilizados nas primeiras horas após o AVC isquêmico para restabelecer o fluxo sanguíneo para o cérebro.
- Tratamento endovascular: Procedimento minimamente invasivo onde se introduz um cateter pela artéria femoral até a artéria cerebral obstruída pelo coágulo. Através do cateter, podem ser utilizados dispositivos para remover o coágulo e restabelecer o fluxo sanguíneo.
- AVC Hemorrágico:
- Controle da pressão arterial para prevenir sangramentos adicionais.
- Cirurgia em casos selecionados.
Reabilitação
Após a fase aguda do AVC, dependendo da gravidade do caso, a fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicoterapia são fundamentais para a recuperação das funções neurológicas comprometidas e para auxiliar o paciente a readquirir autonomia e independência nas atividades de vida diária.
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Doença Reumática Cardíaca
A doença reumática cardíaca é uma complicação grave da febre reumática aguda não tratada adequadamente. O termo está relacionado a dois sintomas que essa doença pode causar: a febre e o reumatismo (dor nas articulações).
A febre reumática é uma doença inflamatória que afeta o coração, articulações, pele e sistema nervoso central, desencadeada por uma infecção por bactérias estreptocócicas. geralmente iniciadas na garganta.
As bactérias da garganta (por infecção na garganta ou amidalite), se não combatidas corretamente com antibióticos, podem desencadear uma reação autoimune que ataca as estruturas do coração, principalmente as válvulas cardíacas.
Imagine as válvulas do coração como comportas que regulam o fluxo sanguíneo. Na doença reumática cardíaca, essas comportas podem ficar inflamadas, estreitadas ou insuficientes, prejudicando o bombeamento sanguíneo eficiente.
A febre reumática, uma doença que poderia ser facilmente prevenida, ainda assola principalmente crianças em países em desenvolvimento, principalmente em regiões marcadas pela pobreza. Esta doença costuma atingir crianças de 3 a 15 anos, afetando além das articulações, outros órgãos, como a pele, o cérebro e o coração. Ela pode deixar sequelas por toda a vida e é responsável por cerca de 2% das mortes por doenças cardíacas no mundo.
Fatores de Risco da doença reumática cardíaca
- Infecção por Streptococcus pyogenes (faringite estreptocócica) não tratada adequadamente com antibióticos.
- Condições de pobreza e falta de acesso a serviços de saúde.
- Superlotação e precárias condições de higiene.
- Histórico familiar de febre reumática.
Quais os sintomas da doença reumática cardíaca?
Em geral, as manifestações da Febre Reumática tendem a surgir entre uma a três semanas após a infecção de garganta.
Os sintomas da doença reumática cardíaca podem variar de acordo com a gravidade do comprometimento valvar e o tempo de evolução da doença.
Sintomas da febre reumática:
- Febre
- Dor e inchaço nas articulações
- Náusea e vômito
- Dores no estômago
Sintomas da doença cardíaca reumática:
- Falta de ar
- Fadiga
- Batimentos cardíacos irregulares
- Dor no peito
- Desmaio
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Como é feito o diagnóstico da doença reumática cardíaca?
O diagnóstico da doença reumática cardíaca envolve a avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico detalhado, verificando a presença de sopros cardíacos (ruídos anormais na ausculta cardíaca). Exames complementares são fundamentais para a confirmação do diagnóstico e avaliação da gravidade do comprometimento valvar.
O ecocardiograma é o exame de imagem padrão-ouro para o diagnóstico da doença reumática cardíaca. Através de ultrassom, o ecocardiograma permite avaliar a anatomia e o funcionamento das válvulas cardíacas, identificando possíveis estenoses, regurgitações e outras alterações decorrentes da doença.
Como é o tratamento da doença reumática cardíaca?
O tratamento da doença reumática cardíaca visa prevenir novos surtos de febre reumática, controlar os sintomas e, em alguns casos, corrigir cirurgicamente as valvas cardíacas afetadas.
- Medicamentos: A profilaxia com penicilina benzatina é fundamental para prevenir novos surtos de febre reumática e consequente progressão da doença reumática cardíaca. Outros medicamentos para controlar a insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas e prevenir complicações tromboembólicas podem ser utilizados.
- Cirurgia Cardíaca: Em casos de comprometimento valvar grave sintomático, a cirurgia para reparo ou substituição valvar pode ser necessária para restaurar o fluxo sanguíneo adequado e melhorar a qualidade de vida.
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Doença Arterial Periférica (DAP)
A doença arterial periférica é uma condição causada pelo estreitamento ou obstrução das artérias que irrigam os membros inferiores, principalmente as pernas e pés. Esse estreitamento geralmente ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias (aterosclerose).
Imagine as artérias como canos de água que levam irrigação para os pés. Na DAP, esses canos ficam entupidos, dificultando a chegada de sangue rico em oxigênio e nutrientes para os tecidos.

Fatores de Risco da doença arterial periférica
Fatores de risco modificáveis:
- Tabagismo
- Diabetes mellitus
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia (colesterol alto e/ou triglicérides elevados)
- Obesidade
- Sedentarismo
- Dieta rica em gorduras saturadas e açúcares
Fatores de risco não modificáveis:
- Idade avançada (acima de 50 anos)
- Histórico familiar de doenças no coração
Quais os principais sintomas da Doença Arterial Periférica?
Os sintomas da doença arterial periférica podem variar de acordo com a gravidade da obstrução arterial.
- Dor ou fisgada na panturrilha, especialmente ao caminhar
- Claudicação intermitente (sensação de cãibra). A dor melhora com o repouso e reaparece com a atividade física.
- Fadiga nas pernas.
- Sensação de frio ou dormência nos pés e tornozelos.
- Feridas que cicatrizam lentamente ou não cicatrizam nas pernas e pés.
- Mudança na coloração da pele das pernas e pés, podendo ficar pálida.
- Perda de pelos nas pernas e pés.
- Unhas dos pés enfraquecidas.
Como é feito o diagnóstico da DAP?
O diagnóstico da doença arterial periférica envolve a avaliação dos sintomas, histórico médico e familiar, além de exames físicos específicos:
- Índice tornozelo-braquial (ITB): É um exame simples e não invasivo que compara a pressão arterial sistólica medida no tornozelo com a pressão arterial sistólica medida no braço. Uma diferença significativa entre as pressões pode sugerir doença arterial periférica.
- Doppler arterial: Utiliza ondas sonoras para avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias das pernas, podendo identificar obstruções e estreitamentos.
- Angiografia ou Arteriografia: Exame de imagem que utiliza tomografia computadorizada com contraste para obter imagens detalhadas das artérias das pernas e identificar possíveis obstruções.
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Qual é o tratamento da Doença Arterial Periférica?
O tratamento da doença arterial periférica visa aliviar os sintomas, prevenir a progressão da doença e evitar complicações graves como a gangrena.
Mudanças no Estilo de Vida
Adoção de uma dieta saudável com baixo teor de gordura saturada e colesterol, prática regular de exercícios físicos supervisionados (especialmente caminhada terapêutica), cessação do tabagismo e controle do peso são fundamentais para o tratamento da doença arterial periférica.
Tratamento Medicamentoso:
- Medicamentos antiplaquetários para prevenir a formação de coágulos sanguíneos que podem obstruir as artérias, como AAS, Clopidogrel ou Cilostazol.
- Medicamentos para controle da pressão alta e diabetes, se houver
- Estatinas para baixar o colesterol LDL (colesterol ruim) e retardar a progressão da aterosclerose.
- Vasodilatadores para melhorar o fluxo sanguíneo nas pernas.
Cirurgia
- Revascularização Periférica: Em casos de obstruções graves sintomáticas, pode ser indicada cirurgia de revascularização periférica para desviar o fluxo sanguíneo através de enxertos de veia ou material sintético, contornando a obstrução e levando sangue rico em oxigênio para a perna afetada.
- Amputação: Em casos raros e graves, quando há necrose extensa do tecido e risco de infecção grave, a amputação do membro afetado pode ser necessária para preservar a saúde e a vida do paciente.
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Cardiopatia Congênita
A cardiopatia congênita é uma malformação do coração ou dos grandes vasos sanguíneos que estão presentes desde o nascimento. Geralmente, essa anormalidade surge nas primeiras 8 semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. Essas malformações podem afetar o funcionamento do coração e do sistema circulatório, causando diferentes graus de comprometimento.
Imagine o coração como um motor: as cardiopatias congênitas seriam como defeitos de fabricação nesse motor, podendo afetar o bombeamento sanguíneo de forma variável.

Quais são os tipos de Cardiopatia Congênita?
Existem diversos tipos de cardiopatia congênita, alguns mais simples e outros mais complexos. Alguns dos tipos mais comuns incluem:
1- Comunicação Interventricular (CIV):
- Orifício entre os ventrículos direito e esquerdo.
- Mistura de sangue oxigenado e desoxigenado.
- Aumento do fluxo sanguíneo para os pulmões.
2- Comunicação Interatrial (CIA):
- Falha no fechamento do septo interatrial.
- Mistura de sangue oxigenado e desoxigenado nos átrios.
3- Defeito do Septo Atrioventricular (DSVA):
- Combinação de defeitos entre átrio e ventrículo.
- Dificulta o bombeamento eficiente do sangue.
4- Persistência do Canal Arterial (PCA):
- Falha no fechamento do canal arterial após o nascimento.
- Dificuldade de oxigenação no sangue da criança
5- Atresia Pulmonar:
- Ausência de comunicação entre o ventrículo direito e as artérias pulmonares.
- Impedida a oxigenação adequada do sangue.
6- Transposição das Grandes Artérias:
- Aorta ligada ao ventrículo direito e artéria pulmonar ao ventrículo esquerdo.
- Correção cirúrgica necessária e até os 21 dias após o nascimento
7- Tetralogia de Fallot:
- Quatro alterações cardíacas:
- Obstrução da via de saída do ventrículo direito.
- Defeito do septo ventricular.
- Hipertrofia do ventrículo direito.
- Dextroposição da aorta.
Quais são os fatores de risco da cardiopatia congênita?
- Histórico familiar de cardiopatia congênita.
- Exposição a certos medicamentos como antidepressivos e anticonvulsivantes
- Consumo de álcool, drogas ilícitas ou toxinas ambientais durante a gravidez.
- Doenças maternas como diabetes e lúpus mal controlado.
- Deficiência de ácido fólico.
- Cardiopatias em gestações anteriores
- Gravidez através de fertilização in vitro.
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Quais são os sintomas da cardiopatia congênita?
Os sintomas da cardiopatia congênita podem variar de acordo com o tipo e gravidade da malformação.
Em bebês
- Cianose (cor azulada da pele)
- Dificuldade para respirar ao se alimentar ou chorar
- Cansaço entre as mamadas
- Sudorese excessiva
- Fadiga
Em crianças maiores e adultos:
- Falta de ar
- Fadiga
- Palpitações cardíacas
- Dor no peito
- Cianose progressiva
- Insuficiência cardíaca
- Baqueteamento digital
- Hipertensão pulmonar
Qual é o diagnóstico de uma cardiopatia congênita?
O diagnóstico da cardiopatia congênita pode ser feito ainda durante a gestação através do ultrassom morfológico fetal. Quando existe realmente a suspeita de cardiopatia é realizado um ecocardiograma do coração do feto. É extremamente importante o acompanhamento da mamãe no pré-natal para que esse tipo de doença no bebê seja diagnosticada ainda antes de nascer.
Já em adultos, após consulta com cardiologista e análise do histórico familiar e sintomas, alguns exames podem ser solicitados, como:
- Eletrocardiograma
- Radiografia de tórax
- Ecocardiograma
- Teste ergométrico
- Tomografia, ressonância magnética e o cateterismo cardíaco diagnosticam e indicam como deve ser feita a correção na cirurgia.
Qual o tratamento da cardiopatia congênita?
O tratamento da cardiopatia congênita depende do tipo e gravidade da malformação. Alguns defeitos cardíacos simples podem não necessitar de tratamento e apenas acompanhamento médico regular. Alguns podem até se curar de forma espontânea.
Já as cardiopatias congênitas mais graves podem precisar de cirurgia como o cateterismo cardíaco terapêutico.
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Conclusão
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, representando um enorme desafio para a saúde pública. No entanto, a adoção de hábitos de vida saudáveis, a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente a incidência, a mortalidade e a morbidade associadas a essas doenças.
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