Neste artigo abrangente, vamos explorar os sintomas característicos da endometriose no ovário, os métodos de diagnóstico mais comuns e os tratamentos eficazes disponíveis. Entender os sinais precoces dessa doença e obter um diagnóstico correto é fundamental para um tratamento eficaz.
Se você está buscando entender melhor essa condição complexa ou está procurando opções de tratamento, este guia irá fornecer tudo o que você precisa saber.
O que é endometriose no ovário?
O que é endometriose ovariana?
Endometrioma
A endometriose no ovário (ou ovariana) é uma condição complexa e potencialmente debilitante que afeta milhares de mulheres em todo o mundo. Essa doença crônica ocorre quando o tecido semelhante ao revestimento do útero, conhecido como endométrio, cresce fora do útero e se fixa nos ovários. O resultado é a formação de lesões e cistos, também chamado endometrioma, que podem causar dor intensa, sangramento anormal e interferir na fertilidade.
A endometriose ovariana pode se manifestar de diferentes formas e afetar cada mulher de maneira única. Além disso, os sintomas podem variar em intensidade, o que torna essencial a compreensão dos sinais precoces dessa doença para um diagnóstico correto e tratamento eficaz.
O endometrioma é caracterizado pela presença de sangue em seu interior, que se origina das lesões endometriais que invadem o ovário. Esta condição afeta aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva, ou seja, durante o período em que ocorrem os ciclos menstruais. Geralmente, a endometriose ovariana está ligada a outras formas de endometriose, tanto superficiais quanto profundas, quase sempre ocorrendo em conjunto.
Quais são os fatores de risco da endometriose no ovário?
Embora a causa exata da endometriose ovariana ainda não seja conhecida, existem alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolvimento dessa condição. Alguns dos principais fatores de risco incluem:
Histórico familiar:
Mulheres que têm parentes de primeiro grau, como mãe ou irmã, com endometriose ovariana têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
Menstruação precoce:
Iniciar a menstruação em idade precoce pode aumentar o risco de endometriose ovariana.
Ciclos menstruais curtos:
Ciclos menstruais com duração inferior a 27 dias podem estar relacionados a um maior risco de desenvolvimento da doença.
Retrocesso menstrual:
O retrocesso de sangue menstrual pelas trompas de falópio em direção aos ovários pode levar ao desenvolvimento da endometriose ovariana.
Confira no detalhe os fatores de risco no nosso Guia sobre Endometriose.
Quais os sintomas da endometriose no ovário?
Os sintomas da endometriose ovariana podem variar de uma mulher para outra, mas existem alguns sinais característicos dessa condição que são frequentemente relatados. Entre os sintomas mais comuns estão:
Dor pélvica crônica é bastante característica da endometriose de ovário
A dor pélvica é talvez o sintoma mais prevalente da endometriose ovariana. Pode variar de leve a intensa, ocorrer antes ou durante o período menstrual e persistir ao longo do mês.
Sangramento anormal e cólicas intensas:
Mulheres com endometriose ovariana podem apresentar sangramento uterino anormal, incluindo períodos mais longos, mais intensos e acompanhados de coágulos sanguíneos.
Dor durante a relação sexual:
A endometriose ovariana pode causar dor durante a relação sexual, o que pode afetar a qualidade de vida e o bem-estar emocional das mulheres afetadas.
Dificuldade para engravidar:
A endometriose ovariana pode interferir na fertilidade e tornar mais difícil para as mulheres engravidarem naturalmente. Isso ocorre devido à formação de aderências e cicatrizes nos órgãos reprodutivos.
Confira mais detalhes dos sintomas no nosso Guia sobre Endometriose.
ATENÇÃO:
Durante longo tempo, a endometriose foi subestimada, tanto pelos afetados quanto pelos médicos, que não investigaram os sintomas profundamente para identificar sua origem. Contudo, recentemente, essa condição recebeu maior atenção, ressaltando sua importância.
Dado que os sintomas podem se assemelhar a outras condições, uma abordagem minuciosa na investigação é fundamental. Se você reconhece algum dos sinais, é importante consultar um ginecologista. Caso o diagnóstico inicial não aponte endometriose e os sintomas persistam após o tratamento para outra condição, não desista.
É fundamental entender que a dor não é algo normal e deve ser encarada como um sinal de alerta do corpo. Portanto, persista na busca por respostas.
Como é o diagnóstico da endometriose no ovário?
Existem várias abordagens diagnósticas que podem ser utilizadas para identificar a endometriose. O médico inicia com uma análise do histórico clínico da paciente e um exame físico detalhado para identificar sintomas e possíveis anormalidades pélvicas.
Ultrassonografia transvaginal
Além disso, a ultrassonografia pélvica transvaginal é comumente empregada para visualizar os órgãos reprodutivos e detectar lesões ou cistos associados à endometriose ovariana. Estudos científicos têm corroborado consistentemente sua eficácia diagnóstica, atingindo taxas de acerto entre 90 e 100%.
Em certos casos, especialmente com cistos pequenos, pode surgir uma ambiguidade entre um endometrioma e um cisto de ovulação, uma vez que ambos podem apresentar sangue como conteúdo. Nessas circunstâncias, a repetição do exame é fundamental para uma definição precisa, uma vez que os cistos de ovulação tendem a desaparecer rapidamente, permitindo um acompanhamento adequado para esclarecimento diagnóstico.
Ressonância magnética
Quando são necessárias imagens mais detalhadas, a ressonância magnética pode ser solicitada para oferecer uma visão mais precisa dos órgãos pélvicos e auxiliar na confirmação do diagnóstico.
Este exame oferece uma visão abrangente da pelve, com detalhes nítidos de imagem, também resultando em uma taxa de precisão diagnóstica que geralmente varia entre 90% e 100%.
Devido à sua capacidade de discernir entre sangue recente e antigo dentro de um cisto, a ressonância magnética é considerada o método mais confiável para diferenciar entre um cisto de ovulação e um endometrioma.
Quais as opções de tratamento para a endometriose ovariana?
O tratamento da endometriose ovariana depende da gravidade dos sintomas, da idade da paciente, dos planos futuros de gravidez e de outros fatores individuais.
Existem diferentes abordagens terapêuticas disponíveis, que vão desde medicamentos hormonais até procedimentos cirúrgicos. Além disso, algumas mudanças no estilo de vida e terapias alternativas também podem ajudar a aliviar os sintomas da endometriose ovariana.
Endometriose ovariana e infertilidade
A endometriose é frequentemente associada à infertilidade, afetando uma proporção significativa de mulheres com endometriose profunda, estimada entre 30% e 50%.
Essa dificuldade para conceber pode ser resultado da obstrução das trompas devido à endometriose ou do processo inflamatório crônico na pelve, que prejudica a implantação do embrião no útero.
Quando um casal enfrenta infertilidade relacionada à endometriose profunda, eles têm duas opções principais: submeter-se a tratamento cirúrgico para tratar a endometriose e tentar conceber naturalmente depois, ou optar por técnicas de reprodução assistida.
Confira o fluxograma de tratamento da infertilidade em paciente com endometriose, criado pela FEBRASGO:
Saiba mais sobre ‘Endometriose e infertilidade‘, artigo produzido pela Associação Brasileira de Endometriose.
Endometriose no ovário e gravidez
Estudos também indicam que mulheres com endometriose têm maior probabilidade de enfrentar complicações durante a gravidez, como parto prematuro, baixo peso ao nascer, aborto e placenta baixa. A possibilidade de gestações ectópicas também deve ser considerada, sendo mais comum nesse grupo de mulheres.
Apesar dos desafios, é importante notar que a maioria das gestações em mulheres com endometriose evolui de forma saudável, resultando em um desfecho positivo.
Estilo de vida e endometriose
Além do tratamento médico, ajustes no estilo de vida podem ser benéficos para controlar os sintomas da endometriose.
Uma dieta balanceada, exercícios físicos regulares e moderação no consumo de álcool são fundamentais. Gerenciar o estresse por meio de técnicas de relaxamento, meditação e atividades prazerosas também desempenha um papel importante na melhoria da qualidade de vida das mulheres afetadas.
Conclusão:
Em síntese, a endometriose ovariana é uma condição complexa que impacta a qualidade de vida das mulheres, manifestando-se através de dor intensa, sangramento anormal e complicações na fertilidade. Reconhecer os sinais precoces é fundamental para um diagnóstico e tratamento adequados. Embora desafiadora, essa condição pode ser gerenciada com uma abordagem abrangente, incluindo opções terapêuticas e ajustes no estilo de vida. Consultar um profissional de saúde e persistir na busca por soluções é essencial para melhorar o controle e compreensão dessa condição.
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