Bem-vindo ao nosso guia completo sobre Parkinson, onde exploraremos todos os aspectos desta condição com o objetivo de proporcionar clareza e informação para quem busca entender melhor essa condição.
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta o sistema nervoso central, causando uma ampla gama de sintomas motores e não motores.
Se você possui essa doença ou simplesmente deseja entender melhor o procedimento porque convive com alguém que tenha, você veio ao lugar certo. Vamos explorar juntos tudo o que você precisa saber sobre a doença de Parkinson.
O que é Parkinson?
Mal de Parkinson
O Mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central, especialmente a região do cérebro conhecida como substância negra. Essa área desempenha um papel fundamental na produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos voluntários do corpo.
No Parkinson, ocorre a degeneração progressiva e irreversível das células nervosas nessa região, levando à redução dos níveis de dopamina no cérebro. Essa diminuição da dopamina resulta em uma série de alterações bioquímicas e estruturais que causam os sintomas característicos da doença.

Fonte: imagem Medicina mitos e Verdades
A doença foi descrita pela primeira vez pelo médico britânico James Parkinson em 1817, em seu famoso ensaio intitulado “An Essay on the Shaking Palsy”. Desde então, muitos avanços foram feitos na compreensão da fisiopatologia e no manejo clínico do Parkinson, mas ainda há muito a aprender sobre suas causas e mecanismos subjacentes.
Embora o Parkinson geralmente seja considerado uma doença idiopática, ou seja, de causa desconhecida, sabe-se que fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos desempenham um papel importante na sua patogênese.
Podemos dizer então que o Parkinson é uma doença complexa e multifacetada e ela afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
A doença de Parkinson e Parkinsonismo são a mesma coisa?
Embora comumente associada à doença de Parkinson, a síndrome parkinsoniana, ou parkinsonismo, é uma classificação mais ampla que abrange diversos distúrbios do movimento com sintomas semelhantes, incluindo tremores, movimentos lentos e rigidez. Assim, enquanto a doença de Parkinson é um tipo específico de parkinsonismo, nem todo caso de parkinsonismo é considerado Parkinson.
O termo parkinsonismo é geralmente utilizado nos estágios iniciais de distúrbios do movimento, quando os sintomas se assemelham aos da doença de Parkinson, mas o diagnóstico ainda não foi confirmado. Em resumo, embora compartilhem sintomas semelhantes, Parkinsonismo e doença de Parkinson não são a mesma coisa, sendo esta última uma forma específica de parkinsonismo.
Quais os sintomas diretos da doença de Parkinson?
Parkinson sintomas
Geralmente, a doença de Parkinson começa de modo assintomático e avança de forma gradual. O primeiro sintoma perceptível pode ser tremores, que afetam cerca de dois terços das pessoas com Parkinson.
A verdade é que o Mal de Parkinson é caracterizado por uma variedade de sintomas motores diretos, que são sinais físicos visíveis e facilmente identificáveis. Esses sintomas são causados pela degeneração das células nervosas na substância negra do cérebro, conforme sinalizamos no início do nosso artigo. E isso impacta diretamente no controle dos movimentos.

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Vamos entender melhor os sintomas:
Tremores:
Os tremores são um dos sintomas mais reconhecíveis do Parkinson e ocorrem em cerca de 70 a 80% dos pacientes. Eles geralmente começam de forma leve e podem afetar uma ou ambas as mãos, braços, pernas ou até mesmo o queixo.
Os tremores tendem a ser mais pronunciados quando a pessoa está em repouso e geralmente diminuem durante a atividade física ou sono. Além disso, são largos e cadenciados, envolvendo frequentemente o movimento das mãos como se estivesse enrolando pequenos objetos (chamado “pill-rolling”). Podem ser piorados por estresse emocional ou fadiga e intensificar-se com o tempo, afetando outras partes do corpo, como mandíbulas, língua, testa e pálpebras.
Rigidez muscular:
A rigidez muscular é outro sintoma comum do Parkinson e pode causar uma sensação de tensão ou resistência nos músculos. Isso pode resultar em dificuldade para realizar movimentos fluidos e flexíveis, e os pacientes muitas vezes descrevem uma sensação de “travamento” ou “emperramento” ao tentar mover os membros.
Bradicinesia:
A bradicinesia se refere à lentidão nos movimentos e é um dos sintomas mais incapacitantes do Parkinson. Os pacientes podem notar uma diminuição na velocidade e amplitude de seus movimentos, tornando as tarefas diárias como andar, levantar-se de uma cadeira ou pegar objetos mais difíceis e demorados.
Instabilidade postural:
A instabilidade postural é um sintoma que pode levar a quedas frequentes e lesões. Os pacientes com Parkinson podem ter dificuldade em manter o equilíbrio e a postura ereta, o que os torna mais propensos a tropeçar e cair. Isso pode resultar em uma perda significativa de independência e qualidade de vida.
Esses sintomas motores diretos do Parkinson podem variar em gravidade e progressão de pessoa para pessoa. Eles tendem a piorar com o tempo à medida que a doença progride, tornando-se mais debilitantes e impactando significativamente a capacidade do indivíduo de realizar tarefas cotidianas.
Caminhar torna-se uma tarefa árdua, especialmente ao iniciar o movimento. À medida que avançam, os passos tornam-se arrastados, curtos, e os braços permanecem rígidamente dobrados na cintura, sem balanço. Em estágios avançados, alguns indivíduos subitamente congelam, como se seus pés estivessem pregados ao chão.
Tarefas diárias, como virar na cama ou levantar-se de uma cadeira, tornam-se um desafio. Pentear o cabelo e outras atividades simples requerem mais tempo e esforço. Já tarefas que exigem destreza manual, como abotoar uma camisa, tornam-se uma luta. A escrita torna-se trêmula e diminuta, difícil de iniciar e manter.
A expressão facial torna-se estática, com músculos faciais menos móveis. Isso resulta em uma expressão facial sem vida, olhar perdido e boca aberta, às vezes com pálpebras caídas. Engolir torna-se difícil devido à rigidez nos músculos da face e garganta, levando a episódios de babar ou engasgar. A fala torna-se lenta e monótona, ocasionalmente com gagueira, devido à dificuldade de articular as palavras.
Como podemos ver, não é fácil lidar com os sintomas motores da doença e o apoio da família passa a ser fundamental nesse processo. Mas falaremos mais sobre isso daqui a pouco.
Quem tem tremores tem Parkinson?
Todo tremor é Parkinson?
É importante ressaltar que a presença de tremor não necessariamente indica a doença de Parkinson. O tremor é um sintoma que pode surgir em uma variedade de condições médicas, tanto neurológicas quanto não neurológicas. Por exemplo, distúrbios da tireoide, problemas hepáticos e renais podem causar tremores, assim como o uso de certos medicamentos e substâncias estimulantes.
Portanto, é importante não apenas avaliar o tremor em si, mas também considerar outros sintomas associados e realizar uma avaliação abrangente para determinar a causa subjacente. Nem todo tremor está relacionado ao Parkinson!
Quais outros sintomas e problemas associados ao Parkinson?
Além dos sintomas motores diretos, o Parkinson pode desencadear uma variedade de sintomas não motores, que muitas vezes são menos visíveis, mas podem ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente.
Distúrbios do sono:
Os distúrbios do sono são comuns em pacientes com Parkinson e podem incluir insônia, sonolência diurna excessiva, distúrbios do movimento durante o sono (como distonia noturna e síndrome das pernas inquietas) e pesadelos vívidos. Esses distúrbios podem levar a fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração durante o dia.
Depressão e ansiedade:
A depressão e a ansiedade são problemas frequentemente associados ao Parkinson e podem ser causados tanto pela própria doença quanto pelo estresse emocional de lidar com suas consequências. Esses distúrbios podem afetar significativamente o bem-estar emocional do paciente, prejudicar o funcionamento diário e reduzir a qualidade de vida.
Dificuldades de deglutição:
A disfagia, ou dificuldade de deglutição, é um sintoma comum em estágios avançados do Parkinson e pode levar a problemas de nutrição, desidratação e aspiração de alimentos ou líquidos para os pulmões, aumentando o risco de pneumonia por aspiração.
Problemas de memória e cognição:
Além dos sintomas motores, muitos pacientes com Parkinson experimentam comprometimento da função cognitiva, incluindo problemas de memória, atenção, concentração e raciocínio. Esses sintomas podem variar de leve a grave e afetar a capacidade do paciente de realizar tarefas diárias e manter a independência.
Constipação:
A constipação é uma queixa gastrointestinal comum em pacientes com Parkinson e pode ser causada por uma combinação de fatores, incluindo a diminuição da atividade física, efeitos colaterais dos medicamentos e disfunção autonômica. A constipação crônica pode causar desconforto abdominal, distensão e impactação fecal.
Alterações na pressão arterial:
As alterações na pressão arterial, incluindo hipotensão ortostática (queda da pressão arterial ao mudar de posição) e hipertensão supina (aumento da pressão arterial ao deitar-se), são comuns em pacientes com Parkinson e podem levar a tonturas, desmaios e quedas.
Diminuição do olfato:
A diminuição do olfato é um sintoma frequentemente associado ao Parkinson, podendo afetar a capacidade do paciente de perceber cheiros e aromas de forma adequada.
Tontura:
Tontura é um sintoma que pode ocorrer em pacientes com Parkinson, contribuindo para a sensação de desequilíbrio e aumentando o risco de quedas.
Problemas para urinar:
Problemas para urinar, como dificuldade para iniciar ou interromper o fluxo urinário, podem ocorrer em estágios avançados do Parkinson devido à disfunção autonômica.
Escamas (dermatite seborreica):
As escamas, também conhecidas como dermatite seborreica, são uma condição cutânea comum em pacientes com Parkinson, caracterizada por descamação, vermelhidão e coceira na pele.
Esses sintomas não motores e problemas associados ao Parkinson também podem variar em gravidade e impacto de pessoa para pessoa.
Como é feito o diagnóstico do Parkinson?
O diagnóstico do Parkinson é um processo complexo que requer uma avaliação cuidadosa dos sinais, sintomas e histórico médico do paciente. Não existe um teste específico exclusivo para confirmar a doença.
O médico especialista, geralmente um neurologista, realiza um exame clínico detalhado para avaliar os sintomas motores e não motores característicos da doença.
Além do exame clínico, o médico pode solicitar exames complementares para confirmar o diagnóstico, descartando outras condições que possam causar sintomas semelhantes. Isso pode incluir exames neurológicos específicos, como testes de função cognitiva, avaliação do olfato e análise do reflexo postural. Exames de imagem, como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), também podem ser utilizados para avaliar a estrutura e a função do cérebro, excluindo outras doenças neurológicas.
O exame de SPECT-Scan, uma técnica de tomografia computadorizada que analisa a quantidade de dopamina no cérebro, pode ser uma opção adicional para diagnosticar o Parkinson. Contudo, em grande parte dos casos, sua realização se mostra indispensável, dada a descrição clínica e o progresso da condição.
Quando o diagnóstico não é definitivo, os profissionais de saúde podem prescrever levodopa, um fármaco comumente empregado no tratamento do Parkinson. Caso haja uma resposta positiva evidente ao uso da levodopa, é provável que a condição seja de fato Parkinson.
Como o Parkinson evolui?
A progressão do Parkinson é geralmente gradual e varia de pessoa para pessoa. Nos estágios iniciais da doença, os sintomas podem ser leves e discretos, muitas vezes passando despercebidos ou sendo atribuídos ao envelhecimento normal. No entanto, à medida que a doença progride, os sintomas tendem a piorar e se tornar mais debilitantes, afetando a independência e a qualidade de vida do paciente.
Os sintomas motores podem se tornar mais pronunciados e interferir nas atividades diárias, como vestir-se, alimentar-se e caminhar. Além disso, os sintomas não motores também podem se agravar e contribuir para a deterioração da qualidade de vida.
À medida que a doença avança, os pacientes podem enfrentar complicações adicionais, como quedas frequentes, dificuldades de comunicação e problemas de deglutição. Isso pode resultar em hospitalizações frequentes, necessidade de cuidados de longo prazo e uma redução significativa na independência e na capacidade de realizar atividades cotidianas.
É importante que os pacientes com Parkinson recebam um acompanhamento médico regular para monitorar a progressão da doença e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.
Causas do Mal de Parkinson
O que causa o Parkinson?
Embora as causas exatas do Mal de Parkinson ainda não sejam totalmente compreendidas – já que vimos que a maioria são do tipo idiopático – os pesquisadores acreditam que a doença resulta de uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos. Não há, comprovadamente, uma única causa para a doença de Parkinson.
Alguns dos principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do Parkinson incluem:
Fatores genéticos:
Estudos em famílias afetadas pelo Parkinson identificaram várias mutações genéticas associadas à doença. Essas mutações podem afetar a função de proteínas envolvidas na regulação do metabolismo celular, na resposta ao estresse oxidativo e na eliminação de proteínas anormais no cérebro.
Fatores ambientais:
Certos fatores ambientais, como exposição a pesticidas, toxinas industriais, metais pesados e poluentes do ar, foram associados a um aumento do risco de desenvolver Parkinson. No entanto, a relação entre esses fatores e o desenvolvimento da doença ainda não está totalmente esclarecida e requer mais estudos.
Idade:
A comunidade médica concorda que a idade é o fator primordial associado ao desenvolvimento do Parkinson. A partir dos 60 anos, o risco de manifestação da doença varia entre 2 a 4%, um aumento em comparação à média da população geral, que se situa em torno de 1 a 2%.
Embora a compreensão das causas do Parkinson ainda esteja em evolução, a pesquisa contínua está fornecendo insights importantes sobre os mecanismos subjacentes da doença. Esses avanços são essenciais para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e estratégias de prevenção que possam retardar ou interromper a progressão do Parkinson e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição neurodegenerativa.
Mudanças no cérebro
Como é a fisiologia do corpo com Parkinson
No decorrer da doença de Parkinson, ocorrem alterações no interior do cérebro. Especificamente, há uma degeneração das células nervosas em uma área conhecida como substância negra, que faz parte dos gânglios basais, um conjunto de células nervosas profundamente localizadas no cérebro.
Os gânglios basais desempenham um papel importante na iniciação e suavização dos movimentos musculares intencionais, na supressão dos movimentos involuntários e na coordenação das mudanças de postura. Quando o cérebro emite um comando para mover um músculo, esse impulso passa pelos gânglios basais, onde neurotransmissores como a dopamina são liberados para facilitar a transmissão do impulso nervoso para os músculos.
Entretanto, na doença de Parkinson, a degeneração das células nervosas nos gânglios basais resulta em uma redução na produção de dopamina e na diminuição das conexões entre as células nervosas. Isso leva à perda da capacidade dos gânglios basais de controlar o movimento muscular de forma eficaz, resultando em sintomas como tremor, movimentos lentos, redução da atividade motora, problemas de postura e marcha, e alguma perda de coordenação.
Qual o tratamento do Parkinson?
Parkinson tem cura?
A própria genética humana impõe uma grande barreira à cura da doença, pois no cérebro, ao contrário de outras partes do corpo, as células não se renovam. Diante da morte das células produtoras de dopamina na substância negra, pouco pode ser feito.
Existem opções de tratamento disponíveis para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento do Parkinson geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e individualizada, adaptada às necessidades específicas de cada paciente. Isso pode incluir:
- Medicamentos: Os medicamentos são frequentemente prescritos para aumentar os níveis de dopamina no cérebro ou imitar seus efeitos. Isso pode ajudar a aliviar os sintomas motores, como tremores, rigidez muscular e bradicinesia.
- Terapia física e ocupacional: A terapia física e ocupacional pode ajudar os pacientes a melhorar a mobilidade, flexibilidade, equilíbrio e coordenação, bem como aprender estratégias para lidar com os desafios diários causados pelo Parkinson.
- Terapia da fala: A terapia da fala pode ser útil para pacientes com Parkinson que experimentam dificuldades de fala, deglutição e comunicação devido a problemas motores e não motores associados à doença.
Infelizmente, Parkinson não tem cura! O objetivo do tratamento do Parkinson é aliviar os sintomas, retardar a progressão da doença e maximizar a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente.
Estratégias simples como manter atividades diárias, seguir um programa regular de exercícios e simplificar tarefas cotidianas podem preservar a mobilidade e a independência.
Profissionais como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais podem recomendar exercícios específicos para fortalecer os músculos e garantir a movimentação, além de sugerir dispositivos para facilitar as atividades diárias e aumentar a segurança em casa, como a remoção de tapetes e a instalação de barras de apoio.
Para problemas como constipação e dificuldade de deglutição, ajustes na dieta, exercícios e uso de laxantes podem ser indicados para melhorar a qualidade de vida do paciente com Parkinson.
É importante trabalhar em estreita colaboração com uma equipe médica especializada para desenvolver um plano de tratamento personalizado que atenda às necessidades individuais de cada paciente e minimize os efeitos colaterais dos medicamentos e outras intervenções.
Quais são os principais medicamentos usados para controlar o Parkinson?
Medicamentos iniciais para Doença de Parkinson:
- Tradicionalmente, a levodopa, administrada com a carbidopa, é frequentemente o primeiro medicamento prescrito para tratar a doença de Parkinson.
- A levodopa e a carbidopa são tomadas por via oral e são consideradas a base do tratamento.
Efeitos da Levodopa a longo prazo:
- No entanto, com o uso prolongado, a levodopa pode apresentar efeitos colaterais e sua eficácia pode diminuir.
- A sugestão de adiar o uso de levodopa em favor de outros medicamentos no início do tratamento é discutida por alguns especialistas, mas estudos recentes indicam que os efeitos colaterais e a redução da eficácia estão mais relacionados à progressão da doença do que ao momento em que o tratamento é iniciado.
Efeitos e ação da Levodopa:
- A levodopa reduz a rigidez muscular, melhora o movimento e pode reduzir substancialmente o tremor.
- É convertida em dopamina no corpo, principalmente nos gânglios basais, ajudando a compensar a falta de dopamina devido à doença.
Redução de efeitos colaterais:
- A administração conjunta com carbidopa ajuda a reduzir os efeitos colaterais, evitando a conversão precoce de levodopa em dopamina no intestino e no sangue.
- Medicamentos como domperidona podem ser prescritos para tratar náuseas e outros efeitos colaterais.
Ajuste de dose e complicações:
- A dosagem de levodopa é individualizada, buscando o equilíbrio entre controle da doença e efeitos colaterais.
- Após vários anos de uso, muitas pessoas experimentam o fenômeno “on-off”, onde alternam entre períodos de boa resposta ao medicamento e períodos sem resposta.
Alternativas de administração e formas de tratamento:
- Formulações de levodopa/carbidopa podem ser administradas por bomba conectada a um tubo de alimentação no intestino delgado, proporcionando doses mais estáveis e reduzindo os efeitos colaterais.
- Outros medicamentos, como agonistas da dopamina, inibidores da monoaminoxidase (MAO) e inibidores de catecol O-metiltransferase (COMT), também são usados para suplementar a levodopa ou como tratamento inicial em alguns casos.
Outros medicamentos para Doença de Parkinson:
- Além da levodopa, outros medicamentos são usados, como amantadina e agonistas da dopamina, que ajudam a compensar a diminuição da dopamina no cérebro.
Medicamentos anticolinérgicos e outras opções:
- Medicamentos anticolinérgicos como benzotropina e triexifenidil podem ser eficazes na redução do tremor, mas geralmente são evitados em idosos devido aos efeitos colaterais.
- Amantadina é outra opção que pode ser usada isoladamente ou em combinação com levodopa para tratar a doença de Parkinson leve, especialmente para controlar movimentos involuntários.
Desafios e complicações do tratamento a longo prazo:
- Com o tempo, alguns medicamentos podem perder eficácia, e ajustes na medicação podem ser necessários para manter o controle dos sintomas.
Existe cirurgia para o Parkinson?
A cirurgia para tratar o Parkinson busca controlar o tremor e a rigidez dos membros superiores. Conhecida como Estimulação Cerebral Profunda, ela envolve a inserção de eletrodos para modular os sinais elétricos na área afetada do cérebro.
Durante o procedimento, o paciente permanece acordado sob anestesia local enquanto o neurocirurgião faz pequenas incisões no crânio para posicionar os eletrodos. O paciente precisa estar consciente para garantir a colocação correta dos eletrodos.
Os eletrodos são então conectados a um fio e fixados abaixo da clavícula, onde uma bateria semelhante a um marca-passo cardíaco é implantada para gerar sinais elétricos para os eletrodos no cérebro.

Fonte imagem: Correio Brasiliense
Vale reforçar que este procedimento é reversível e não causa danos cerebrais. A recuperação é rápida, com alta hospitalar em dois dias e consulta de acompanhamento após uma semana.
Os benefícios da cirurgia, como redução da medicação e controle dos movimentos, são percebidos após a ativação da bateria. Mas nem todas as pessoas com Parkinson possuem recomendação de cirurgia! São considerados critérios como tempo da doença, a gravidade dos sintomas motores e a resposta do paciente à levodopa.
Qual a expectativa de vida de uma pessoa com Parkinson?
Essa é uma dúvida bastante comum e é a primeira pergunta que muitos se fazem quando se deparam com esse diagnóstico na família. É importante ter em mente, que a expectativa de vida de uma pessoa com Parkinson pode variar significativamente dependendo de vários fatores, incluindo a idade no momento do diagnóstico, a gravidade dos sintomas e a resposta ao tratamento. Em geral, os pacientes com Parkinson tendem a ter uma expectativa de vida ligeiramente reduzida em comparação com a população em geral, principalmente devido às complicações relacionadas à doença e ao aumento do risco de desenvolver outras condições médicas.
As complicações do Parkinson, como quedas frequentes, disfagia (dificuldade de deglutição), pneumonia aspirativa e distúrbios neuropsiquiátricos, podem contribuir para uma redução na expectativa de vida dos pacientes.
No entanto, é importante notar que muitos pacientes com Parkinson são capazes de viver vidas plenas e significativas, especialmente com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado. O gerenciamento eficaz dos sintomas, a adesão a um estilo de vida saudável e o apoio contínuo dos profissionais de saúde e da família podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e prolongar a expectativa de vida dos pacientes com Parkinson.
Existe prevenção para o mal de Parkinson?
Atualmente, não existem medidas específicas conhecidas para prevenir o desenvolvimento do Parkinson. No entanto, alguns estudos sugerem que certos fatores de estilo de vida podem estar associados a um menor risco de desenvolvimento da doença.
Por exemplo, a prática regular de exercícios físicos tem sido associada a um menor risco de Parkinson em algumas pesquisas. O exercício aeróbico, em particular, parece ter benefícios protetores contra a doença, ajudando a manter a saúde do cérebro e reduzindo a inflamação.
É importante adotar hábitos saudáveis para reduzir o risco de desenvolver doenças degenerativas, como a doença de Parkinson. Isso inclui manter um peso adequado, seguir uma alimentação saudável e preferencialmente orgânica, garantir boas noites de sono, com pelo menos oito horas de descanso, além de evitar o tabagismo e o sedentarismo, que podem estar associados ao surgimento precoce dessas condições. Essas são recomendações gerais que previnem diversas condições e não especificamente o Parkinson, que como vimos, não possui recursos específicos para prevenção.
A importância da família e cuidados necessários no manejo do Parkinson
O apoio da família e dos cuidadores desempenha um papel indispensável no manejo eficaz do Mal de Parkinson. Essa doença neurodegenerativa além de afetar o paciente, tem um impacto significativo em seus entes queridos também. O suporte da família proporciona assistência prática no dia a dia e desempenha um papel essencial no bem-estar emocional e na qualidade de vida do paciente.
Assistência prática: Como sinalizamos os pacientes com Parkinson podem enfrentar uma série de desafios no seu dia a dia, desde dificuldades com tarefas simples, como vestir-se e preparar refeições, até questões mais complexas, como gerenciamento de medicamentos e idas a consultas médicas. Nesse sentido, a presença e o auxílio dos familiares e cuidadores são essenciais para garantir que todas as necessidades do paciente sejam atendidas.
Apoio emocional: O diagnóstico e a progressão do Parkinson podem ser uma experiência emocionalmente desafiadora tanto para o paciente quanto para a família. Os pacientes podem enfrentar sentimentos de frustração, tristeza e medo em relação ao futuro, enquanto os cuidadores podem experimentar estresse, sobrecarga e até mesmo sentimentos de isolamento. Nesses momentos, o apoio emocional da família desempenha um papel fundamental, fornecendo um ambiente de compreensão, aceitação e amor incondicional.
Acompanhamento médico: Os familiares e cuidadores também desempenham um papel importante no acompanhamento médico do paciente, auxiliando na organização das consultas, na comunicação com os profissionais de saúde e na garantia de que o plano de tratamento seja seguido adequadamente. Além disso, eles podem ajudar a monitorar os sintomas do paciente e relatar quaisquer mudanças ao médico responsável.
Educação sobre a doença: É importante envolver os membros da família no processo de aprendizado sobre o Parkinson. Isso inclui entender os sintomas da doença, os efeitos dos medicamentos, as opções de tratamento disponíveis e as estratégias de enfrentamento. Quanto mais informados estiverem os familiares, melhor equipados estarão para oferecer suporte eficaz ao paciente e lidar com os desafios que possam surgir ao longo do caminho.
Cuidados com o próprio bem-estar: Por fim, é importante lembrar que os cuidadores também precisam de cuidados. O estresse e o ônus de cuidar de um ente querido com Parkinson podem levar a problemas de saúde física e mental. Portanto, os familiares e cuidadores devem priorizar seu próprio bem-estar, buscando apoio emocional, praticando auto-cuidado e estabelecendo limites saudáveis para evitar a exaustão e o esgotamento.
Em resumo, a família desempenha um papel insubstituível no cuidado e apoio aos pacientes com Parkinson.
Parkinson no Brasil e no mundo
O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson é observado em 11 de abril e foi instituído pela Organização Mundial de Saúde em 1998. O propósito desse dia é fornecer esclarecimentos sobre a condição e as opções terapêuticas disponíveis, visando melhorar a qualidade de vida tanto dos pacientes quanto de suas famílias.
A Doença de Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum do sistema nervoso central, após a Doença de Alzheimer. Estatísticas indicam que ela afeta cerca de 1 em 250 pessoas com 40 anos ou mais, 1 em 100 com 65 anos ou mais, e 1 em 10 com 80 anos ou mais. Geralmente, seus sintomas surgem entre os 50 e 79 anos, sendo pouco comum em crianças e adolescentes.
De acordo com a OMS, aproximadamente 4 milhões de indivíduos em todo o mundo são afetados pela Doença de Parkinson, correspondendo a 1% da população global com mais de 65 anos. No Brasil, os dados são limitados devido à ausência de notificação compulsória da doença. Estima-se que haja pelo menos 250 mil portadores. Porém, estudos realizados em uma cidade de Minas Gerais, identificou um % bem maior, sugerindo que mais de 600 mil idosos com 64 anos ou mais podem ser portadores da doença no país.
Considerando o envelhecimento da população brasileira nas próximas décadas, é possível prever um impacto significativo, tanto social quanto econômico, dessa condição em um futuro próximo.
Saiba mais sobre o Parkinson com a Academia Brasileira de Neurologia.