Cuidados necessários para garantir a tranquilidade e a segurança dos pacientes acima dos 60-65 anos.
A ciência moderna propiciou avanços significativos em todos os campos, sobretudo na área da medicina. A população que mais se beneficiou desse salto de qualidade foi a idosa, composta por pessoas a partir de 60 anos, que passaram a contar com recursos inatingíveis no passado e que hoje lhes garantem qualidade de vida e tratamento para inúmeras doenças.
No entanto, se por um lado a medicina reuniu mais recursos, esse mesmo conhecimento lançou luz sobre outros cuidados e preocupações sobre os procedimentos dirigidos aos idosos. O processo de anestesia, principalmente, que por si já desperta medos e receios em pacientes de todas as idades, nos idosos traz um sentimento muitíssimo maior. E com razão, porque essa faixa etária traz consigo, naturalmente, diversas enfermidades que exigem máxima atenção quando um procedimento cirúrgico se faz necessário. Os progressos científicos da moderna Anestesiologia permitem um preparo apurado para todo tipo de procedimento envolvendo os idosos, incluindo baterias de exames para determinar com exatidão o estado do paciente e planejar detalhadamente todos os passos do procedimento para a sua total segurança.
AS ETAPAS DE UM PROCEDIMENTO ANESTÉSICO
Todo processo cirúrgico e anestésico apresenta graus diferentes de complexidade. Do procedimento simples ao mais delicado, todos requerem cuidados extremos quando o paciente é idoso.
- Uma boa conversa é um bom começo: no idoso, o estado de ansiedade e estresse se manifesta com maior intensidade. Nesse contexto, o papel do anestesista é tão fundamental quanto do cirurgião. Por isso, o convite para um bom bate-papo pode ser positivo e tranquilizador, pois serão esclarecidas várias dúvidas, inclusive sobre a anestesia.
- Avaliar e reavaliar os exames: os cuidados com a anestesia englobam uma série de avaliações, entre as quais, profunda análise do histórico clínico do paciente, o estado físico, contemplando as vias aéreas; o tipo de jejum adequado, eventuais alergias, hábitos, medicação regular e aquela específica para o pré-operatório. Todo esse processo vai possibilitar uma classificação do estado físico do paciente e conduzir o processo anestésico de acordo com a complexidade do procedimento.
- Durante a cirurgia, o anestesista estará presente, checando a segurança de todo o procedimento. Sua atenção está voltada para o estado clínico do paciente, monitorando funcionamento de equipamentos, a disponibilidade a todos os materiais e medicamentos, verificando procedimentos em eventuais perdas sanguíneas e alteração de pressão, entre outros cuidados.
- O período pós-operatório para um paciente idoso é determinante para sua recuperação. Por isso vários cuidados especiais são adotados, entre eles a alimentação certa, o repouso, a garantia do equilíbrio dos sistemas orgânicos e a prevenção de complicações inesperadas. E como todo procedimento invasivo gera desconfortos e dores, o acompanhamento do anestesista será essencial nesse período, prescrevendo medicamentos capazes de manter estes sintomas sob controle, tornando o processo pós-operatório menos traumático possível.
Por fim, é primordial reafirmar que todo o processo anestésico é cercado de cuidados para garantir a segurança do paciente idoso. O anestesista prescreverá o tipo adequado para cada situação:
Anestesia local é feita para bloquear reações nervosas, entre elas a dor, mas mantém o paciente consciente o tempo todo.
- Anestesia geral é realizada em procedimentos mais complexos em que é exigida total inconsciência do paciente, evitando riscos de desconfortos e dores. E por ser um paciente idoso, os cuidados e monitoramento das suas funções orgânicas são intensos e permanentes.
- Sedação, diferentemente da anestesia geral, se faz necessária para que haja apenas a diminuição de consciência do idoso, sem afetar a sua habilidade de respirar e responder a estímulos, sempre sob os cuidados diretos do anestesista.
Estas informações ajudam a esclarecer e tranquilizar mais sobre como a anestesiologia pode ajudar o paciente a atravessar todo o processo operatório com mais tranquilidade, qualidade e, acima de tudo, segurança.