Seja bem-vindo ao nosso artigo sobre as principais doenças do intestino. Neste material, vamos explorar uma variedade de condições que afetam o intestino, desde distúrbios leves até condições crônicas e debilitantes, compreendendo suas causas, sintomas e opções de tratamento.
O intestino desempenha um papel fundamental em nosso corpo, desde a digestão dos alimentos até a eliminação de resíduos. Além disso, sua conexão com o cérebro destaca a importância de um intestino saudável para o bem-estar mental e emocional.
Vamos começar explorando o que são as doenças do intestino e como elas podem afetar nossa saúde de maneiras diversas.
O que são doenças do intestino?
Doenças intestinais
As doenças do intestino abrangem uma ampla gama de condições que afetam o sistema digestivo, especificamente. Essas doenças podem variar em gravidade e sintomas, desde distúrbios leves e temporários até condições crônicas e debilitantes.
O intestino humano é dividido em duas partes principais: o intestino delgado e o intestino grosso. Enquanto o intestino delgado é responsável pela absorção da maior parte dos nutrientes sólidos dos alimentos, o intestino grosso desempenha um papel fundamental na absorção de aproximadamente 60% da água ingerida, além de participar da formação das fezes, compostas por resíduos de alimentos, toxinas e um pouco de líquido.
Podemos afirmar então que o intestino desempenha um papel fundamental na digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e eliminação de resíduos do corpo. Qualquer alteração nesse processo pode levar ao desenvolvimento de doenças intestinais.
Sem contar, que o intestino também participa da produção de neurotransmissores, substâncias químicas que transmitem sinais entre os neurônios e influenciam uma variedade de funções corporais, incluindo o humor e o comportamento. Essa conexão entre o intestino e o cérebro é conhecida como eixo intestino-cérebro e destaca a importância de um intestino saudável para o bem-estar mental e emocional.
As doenças do intestino podem ser causadas por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, inflamação crônica, distúrbios imunológicos e problemas estruturais. Além disso, fatores genéticos, estilo de vida e dieta também podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento dessas condições.
No decorrer do texto, vamos explorar mais detalhadamente algumas das doenças do intestino mais comuns, seus sintomas, causas e opções de tratamento.
Qual é o especialista em doenças do intestino?
Quando se trata de problemas intestinais, é importante buscar o cuidado de profissionais especializados. Existem duas principais especialidades médicas que lidam com o aparelho digestivo e que acabam gerando dúvida em muitas pessoas: gastroenterologia e coloproctologia.
O gastroenterologista é o especialista que adota uma abordagem clínica abrangente do sistema digestivo como um todo, incluindo o intestino delgado, intestino grosso, pâncreas e fígado. Ele é treinado para diagnosticar e tratar uma ampla gama de condições gastrointestinais, desde distúrbios digestivos comuns até doenças mais complexas.
Por outro lado, o coloproctologista é o médico especializado na abordagem clínica e cirúrgica das doenças que afetam principalmente a parte inferior do aparelho digestivo, incluindo o intestino grosso, reto e ânus.
Porém, vale reforçar que se você estiver tendo algum tipo de desconforto intestinal, não há problema nenhum em procurar primeiro um clínico geral; ao contrário. Em um primeiro atendimento, muitas vezes, o clínico geral é imprescindível para avaliar a condição e indicar o especialista, caso necessário.
Dados sobre as doenças do intestino no Brasil
Incidência
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as doenças inflamatórias intestinais afetam uma considerável parcela da população global, ultrapassando os 5 milhões de casos.
No Brasil, um estudo revelou o aumento significativo no número de casos de doenças inflamatórias intestinais, com um acréscimo anual médio de 14,8% ao longo de nove anos. Esta tendência ascendente é observada especialmente nas regiões Sudeste e Sul do país, onde a prevalência dessas condições atinge cerca de 100 casos por cada 100 mil habitantes no sistema de saúde pública.
Entre as doenças inflamatórias intestinais mais comuns no Brasil estão a doença de Crohn (48%) e a retocolite ulcerativa (51%), cujos diagnósticos têm se tornado cada vez mais frequentes nos últimos anos.
Saiba mais sobre os números em relação às doenças do intestino.
Quais são as causas das doenças do intestino?
Fatores de Risco
- Alimentos contaminados: A ingestão de alimentos contaminados, aumenta a presença de patógenos no órgão, ocasionando infecções intestinais.
- Desequilíbrio na flora intestinal: A composição alterada das bactérias que habitam o intestino pode predispor a doenças inflamatórias intestinais.
- Estilo de vida: Estilos de vida agitados, má alimentação, sedentarismo e consumo excessivo de álcool favorecem a Síndrome do Intestino Irritável (SII), por exemplo.
- Alimentos gordurosos: Consumo de carne vermelha, embutidos e alimentos condimentados pode desencadear crises e cólicas.
- Dieta pobre em fibras e água: A ingestão inadequada desses elementos essenciais prejudica o funcionamento intestinal.
- Estresse crônico: A pressão psicológica e emocional pode aumentar a sensibilidade das células nervosas no intestino, agravando os sintomas.
- Histórico familiar: Cerca de 20% dos portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais têm histórico familiar da condição, indicando uma predisposição genética.
- Idade: Embora as doenças intestinais possam afetar pessoas de todas as idades, são mais comuns entre os 15 e 35 anos.
- Envelhecimento: capacidade de absorção de nutrientes pode diminuir, facilitando o desenvolvimento de intolerâncias alimentares e doenças intestinais.
Esses fatores combinados ou não podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento de uma variedade de doenças intestinais, ressaltando a importância de um estilo de vida saudável e da vigilância médica adequada para a saúde intestinal.
Quais são os sintomas das doenças do intestino?
Sintomas das doenças intestinais
Os sintomas podem variar em intensidade e frequência dependendo da condição específica do paciente e da gravidade da doença intestinal. É importante estar atento a esses sinais e procurar orientação médica adequada para um diagnóstico e tratamento precisos.
Algumas das manifestações são:
- Sensação de inchaço e desconforto na região abdominal.
- Acúmulo excessivo de gases (flatulência), gerando desconforto.
- Distensão abdominal, resultando em uma barriga inchada.
- Episódios de cólicas e dores abdominais relacionadas ao intestino.
- Ocorrência de diarreia, caracterizada por fezes líquidas e frequentes.
- Escape involuntário de gases e fezes.
- Constipação, também conhecida como intestino preso.
- Sensação de fadiga persistente.
- Diminuição do apetite e aversão à alimentação.
- Enjoo ocasional ou persistente.
- Episódios de vômito, principalmente após a ingestão de alimentos.
- Presença de febre, indicando uma possível inflamação.
- Perda repentina e significativa de peso, sem causa aparente.
- Observação de sangue nas fezes, indicando possíveis problemas no trato intestinal.
- Secreção de muco pelo ânus, sinalizando uma resposta do corpo a uma irritação ou inflamação.
- Alterações nos hábitos de evacuação, como mudanças na frequência ou na consistência das fezes.
Fonte imagem: Extra online
Quais são as principais doenças do intestino?
As doenças do intestino representam um desafio significativo na prática médica atual, com destaque para as doenças inflamatórias intestinais (DII), como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, que como já sinalizamos são as mais comuns.
As doenças podem se manifestar de diversas formas e geralmente resultam em sintomas variados, como dor abdominal, diarreia, sangramento retal, perda de peso e fadiga.
O diagnóstico das doenças intestinais muitas vezes requer uma combinação de exames clínicos, testes laboratoriais, exames de imagem e procedimentos endoscópicos. O tratamento é individualizado e pode incluir medicamentos para controlar a inflamação, terapia nutricional, cirurgia e terapias alternativas.
DII – Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) constituem um conjunto de enfermidades que podem atingir diversas regiões do sistema digestivo, incluindo o intestino delgado, o intestino grosso e o reto. Estas condições desencadeiam respostas autoimunes que resultam em inflamação crônica ao longo de todo o trato gastrointestinal.
Se não diagnosticadas e tratadas prontamente, as DII têm o potencial de provocar danos irreversíveis nos tecidos e órgãos do sistema digestivo. Entre esses danos, podem surgir estenoses, estreitamentos que dificultam o trânsito intestinal e comprometem significativamente a qualidade de vida do indivíduo.
Desta forma, é de suma importância um diagnóstico precoce e um manejo terapêutico adequado dessas condições, visando mitigar os impactos negativos na vida dos pacientes.
Quais são os riscos das doenças inflamatórias intestinais?
As doenças inflamatórias intestinais apresentam uma série de riscos, variando conforme a natureza e a gravidade da condição. Enquanto as infecções intestinais agudas geralmente não resultam em complicações significativas, patologias crônicas como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa podem causar danos consideráveis ao intestino, aumentando o risco de complicações a longo prazo, incluindo o desenvolvimento de câncer intestinal.
Como diagnosticar uma inflamação intestinal?
O diagnóstico preciso de inflamação intestinal requer uma avaliação médica minuciosa e abrangente. Embora sintomas como dor abdominal, mudanças no padrão intestinal e presença de sangue nas fezes possam indicar inflamação, somente um profissional de saúde qualificado pode confirmar o diagnóstico por meio de uma avaliação clínica completa.
Testes laboratoriais, incluindo exames de sangue para detectar marcadores inflamatórios e análises de fezes para identificar sangue oculto e anormalidades bacterianas, são frequentemente realizados.
Além disso, exames de imagem, como endoscopia e colonoscopia, são fundamentais para visualizar diretamente o interior do intestino e avaliar a extensão da inflamação.
Doenças do intestino
O que é a Doença de Crohn?
A doença de Crohn ainda não foi completamente elucidada, sendo considerada uma condição idiopática, ou seja, de causa desconhecida. É uma condição que desencadeia inflamação crônica em partes específicas do intestino e do trato digestivo, afetando principalmente o íleo, localizado no intestino delgado, e o intestino grosso. Essa inflamação pode ocorrer de forma contínua ou intercalada por áreas saudáveis.
Os sintomas frequentes incluem diarreia persistente, possivelmente com sangue nas fezes, febre e dores abdominais de intensidade variável, podendo resultar na formação de lesões como fístulas (30% dos pacientes) e abscessos.
O diagnóstico geralmente é realizado por meio de colonoscopia com biópsia e avaliação do íleo terminal, podendo a tomografia abdominal ser utilizada para avaliar fístulas entre as alças intestinais.
O tratamento é variável conforme a apresentação e gravidade da doença, frequentemente iniciando-se com medicamentos, como corticosteroides, aminossalicilatos e imunossupressores. Em situações mais graves, a terapia biológica com anticorpos monoclonais pode ser indicada. Em alguns casos, intervenção cirúrgica pode ser necessária para tratar complicações.
O que é Retocolite ulcerativa?
A retocolite ulcerativa apresenta particularidades em comparação com a doença de Crohn. Esta condição inflamatória comumente afeta o reto e se estende ao cólon, raramente atingindo o intestino delgado. Lesões ulcerosas são características, consistindo em erosões superficiais na parede intestinal.
Durante os episódios de crise, os sintomas podem variar em intensidade, desde cólicas leves até urgência para evacuar, presença de muco e/ou sangue nas fezes, diarreia súbita e febre alta, acompanhada de dores abdominais intensas.
Embora a causa exata da retocolite ulcerativa permaneça incerta, suspeita-se de desordens no sistema imunológico como um possível desencadeador.
O diagnóstico geralmente é confirmado por exclusão de outras doenças e por meio de retossigmoidoscopia com biópsia, que auxilia na identificação das lesões na mucosa do cólon e reto.
O tratamento inicial é predominantemente clínico, utilizando medicamentos específicos para controlar a inflamação intestinal, como sulfassalazina e imunossupressores. Quando o tratamento clínico não alcança resultados satisfatórios, a cirurgia pode ser considerada como uma opção terapêutica.
Fonte imagem: UFMG
Doenças do intestino
Síndrome do intestino irritável (SII)
A síndrome do intestino irritável (SII), que faz parte do grupo das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), é uma condição caracterizada por desconforto intestinal persistente por pelo menos 3 meses, cólicas, acúmulo de gases e alternância entre diarreia e constipação.
A SII é menos grave que a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, e não causa lesões no intestino e nem aumenta o risco de câncer colorretal.
Os sintomas mais comuns, e que podem durar meses, incluem dor abdominal tipo cólica, distensão abdominal, aumento na frequência de evacuações e alternância entre constipação e diarreia.
Episódios de crise podem ser desencadeados por estresse emocional e alimentação industrializada, especialmente o consumo de alimentos gordurosos, conservantes e corantes artificiais, café e bebidas alcóolicas.
O diagnóstico da SII é baseado em critérios específicos, como dor abdominal recorrente associada a alterações na frequência e na forma das fezes.
O tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, com foco no controle do estresse, mudanças no estilo de vida e na dieta.
Os FODMAPs, por exemplo, representam uma categoria de carboidratos fermentáveis presentes no intestino humano. Quando sua absorção é comprometida, podem desencadear uma série de sintomas desagradáveis, como inchaço, diarreia, gases, constipação e dores abdominais. Esses efeitos são especialmente pronunciados em indivíduos que sofrem da Síndrome do Intestino Irritável.
Atualmente, a dieta pobre em FODMAPs é amplamente reconhecida como uma abordagem terapêutica eficaz para aliviar os sintomas associados à síndrome.
Se você for da área médica, talvez queira conhecer os novos critérios para o diagnóstico da SII, divulgados em junho de 2016.
Fonte imagem: Eu Médico Residente
Outras doenças do intestino
Outras condições intestinais são corriqueiras.Vamos entender melhor também cada uma delas.
Constipação intestinal
Prisão de ventre ou intestino preso
A constipação, conhecida popularmente como intestino preso ou prisão de ventre, é uma condição gastrointestinal comum que afeta uma ampla faixa etária, com maior incidência entre as mulheres. Caracteriza-se pela dificuldade persistente em evacuar, o que pode causar desconforto significativo e comprometer a qualidade de vida do paciente.
Além da dificuldade de evacuação, os sintomas da constipação podem incluir fezes endurecidas, irregularidades na frequência das evacuações, sensação de esvaziamento incompleto do reto, esforço excessivo durante a evacuação, flatulência, câimbras e desconforto abdominal.
O diagnóstico da constipação geralmente é clínico, com o exame proctológico desempenhando um papel importante na identificação de alterações gastrointestinais. Embora não seja comum a necessidade de investigação adicional, é essencial descartar possíveis condições subjacentes.
O tratamento da constipação pode envolver mudanças na dieta, como o aumento do consumo de fibras e a ingestão adequada de água, além de medidas para promover um estilo de vida mais saudável.
Se você for da área médica, talvez queira visitar o artigo ‘Prevalência e fatores associados à constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa’ da Scielo.
Dados sobre Constipação no Brasil
Cerca de 20 a 30% da população brasileira enfrenta algum tipo de problema intestinal relacionado à constipação, segundo estudos. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos com 600 brasileiros que experimentaram sintomas de constipação nos últimos 12 meses revelou que essa condição impacta significativamente suas vidas, especialmente em relação às atividades diárias.
Dos entrevistados, 87% admitiram vivenciar sintomas como inchaço abdominal, gases e cólicas. Além disso, 61% relataram que esses sintomas interferem na capacidade de lidar com o estresse do cotidiano. Esses dados ressaltam a importância de abordar e tratar adequadamente a constipação, uma vez que ela pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas afetadas.
Obstipação
Obstipação intestinal
A obstipação intestinal, uma condição que aflige muitas pessoas, é caracterizada pela dificuldade de evacuação. Quando o paciente enfrenta dificuldades para evacuar por vários dias, muitas vezes acompanhadas por fezes ressecadas e difíceis de passar, é diagnosticado como obstipação intestinal.
Esta condição causa desconforto e também pode levar a complicações, como hemorroidas. Mas os sintomas não se limitam apenas à dificuldade de evacuação; eles podem incluir fezes infrequentes e ressecadas, sensação de evacuação incompleta, inchaço abdominal, gases, dor e cólicas abdominais.
O diagnóstico médico de obstipação geralmente acontece quando a evacuação ocorre menos de três vezes por semana, ou quando, ao tentar evacuar, o paciente enfrenta dificuldades significativas, mesmo com um grande esforço.
As causas da obstipação são vastas e incluem dieta pobre em fibras, ingestão insuficiente de água e consumo excessivo de proteína animal e alimentos processados. Além disso, fatores temporários como mudanças na rotina, gravidez e estresse emocional podem desencadear sintomas.
O tratamento da obstipação pode envolver uma variedade de abordagens, incluindo a administração de laxantes para aliviar a constipação e promover a evacuação. Em casos graves, onde há a formação de fecaloma, uma massa endurecida de fezes que obstrui o intestino, pode ser necessária intervenção cirúrgica para removê-la.
A longo prazo, a obstipação pode ser gerenciada com mudanças no estilo de vida, como ajustes na dieta para incluir mais fibras e líquidos.
Doenças do intestino
Qual a diferença entre constipação e obstipação?
Quando é constipação e quando é obstipação?
Qual a diferença entre elas?
Eu tenho dificuldade de evacuar, tenho constipação ou obstipação?
É comum surgir dúvidas sobre as diferenças entre constipação e obstipação, já que ambas envolvem dificuldade de evacuação e podem ser confundidas. Muitas pessoas até entendem os termos como sinônimos. Mas vamos lá.
A constipação refere-se a distúrbios que resultam em dificuldade de defecação, frequência reduzida e fezes com consistência aumentada, ou seja, extremamente secas. Esses sintomas podem ser episódicos e podem responder a tratamentos simples.
Por outro lado, quando essas alterações se tornam crônicas e persistem mesmo após tentativas de tratamento, utiliza-se o termo obstipação. Nesse caso, a dificuldade de evacuar torna-se mais persistente e pode requerer intervenções mais específicas para alívio dos sintomas.
Portanto, enquanto a constipação pode ser considerada um quadro temporário, a obstipação indica uma condição crônica que demanda uma abordagem mais direcionada para o controle dos sintomas e melhoria da qualidade de vida do paciente.
Infecção intestinal
A infecção no intestino é uma condição comum, muitas vezes desencadeada pela presença de microrganismos prejudiciais no trato gastrointestinal. Apesar de causarem mal-estar repentino, essas infecções tendem a passar após alguns dias de repouso, hidratação intensiva e uso de medicamentos para tratar os sintomas.
A infecção intestinal ocorre quando microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus, parasitas ou fungos, invadem o trato gastrointestinal, resultando em inflamação ou irritação. Essa condição pode se manifestar de várias formas, desde sintomas leves até complicações graves, dependendo do agente infeccioso envolvido e da resposta imunológica do corpo.
Já os fatores de risco incluem consumo de alimentos ou água contaminados, falta de higiene, viagens para áreas com condições sanitárias precárias e contato próximo com pessoas infectadas.
Os sintomas comuns da infecção intestinal incluem diarreia, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, febre, perda de apetite e fadiga. Em casos mais graves, podem ocorrer desidratação e desequilíbrios eletrolíticos, exigindo intervenção médica imediata.
O diagnóstico geralmente envolve uma avaliação dos sintomas do paciente, juntamente com testes laboratoriais, como análise de fezes e culturas bacterianas. O tratamento depende do agente causador da infecção e pode incluir repouso, hidratação adequada, dieta leve, medicamentos antimicrobianos, antieméticos e antidiarreicos.
A prevenção envolve práticas de higiene adequadas, como lavagem frequente das mãos, preparação segura de alimentos, consumo de água potável e evitar alimentos crus ou mal cozidos.
Fonte imagem: Jornal USP
Diverticulite
A diverticulite é uma condição inflamatória que afeta os divertículos (geralmente assintomáticos), pequenas bolsas ou sacos que se formam na parede do cólon. Essa condição ocorre quando essas bolsas ficam inflamadas ou infectadas, resultando em sintomas desagradáveis e, por vezes, graves complicações.
Essa inflamação pode levar a sintomas como dor abdominal intensa, sensibilidade na região, febre, náuseas, vômitos, alterações nos hábitos intestinais e, em casos graves, complicações como perfuração intestinal, abscessos ou até mesmo sepse.
As causas exatas da diverticulite não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que a pressão exercida sobre as paredes do cólon durante a passagem das fezes pode contribuir para o desenvolvimento dos divertículos. Fatores de risco incluem idade avançada, obesidade, falta de atividade física, dieta pobre em fibras, tabagismo e histórico familiar da condição.
O diagnóstico da diverticulite geralmente é realizado por meio de exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia abdominal. O tratamento inicial envolve repouso, dieta líquida ou jejum, analgésicos e, em alguns casos, antibióticos para combater a infecção. Em casos mais graves ou recorrentes, pode ser necessária cirurgia para remover parte do cólon afetado.
A prevenção da diverticulite envolve a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta rica em fibras, exercícios regulares, manutenção de um peso saudável e evitar o tabagismo.
Hemorroidas
As hemorroidas são veias inchadas e inflamadas localizadas na região do ânus e do reto. Elas são classificadas em dois tipos principais: internas e externas. As internas ocorrem dentro do reto e geralmente não são visíveis ou palpáveis. Já as externas se formam abaixo da linha dentada do ânus e podem ser sentidas como inchaços dolorosos.
As causas das hemorroidas incluem constipação crônica, esforço durante as evacuações, gravidez, obesidade, estilo de vida sedentário e predisposição genética. O envelhecimento também pode aumentar o risco de desenvolver hemorroidas devido à fraqueza dos tecidos e veias.
Os sintomas das hemorroidas podem variar de leve a grave e incluem dor, coceira, sangramento durante as evacuações, inchaço ao redor do ânus e sensação de um nódulo doloroso. Em casos graves, as hemorroidas podem se tornar trombosadas, o que significa que um coágulo de sangue se forma dentro delas, causando dor intensa e inchaço.
O diagnóstico das hemorroidas geralmente é feito com base nos sintomas e em um exame físico. Em alguns casos, exames adicionais, como colonoscopia, podem ser necessários para descartar outras condições.
O tratamento das hemorroidas depende da gravidade dos sintomas. Opções de tratamento incluem mudanças na dieta e estilo de vida, uso de pomadas ou supositórios para aliviar os sintomas, procedimentos minimamente invasivos, como ligadura elástica ou escleroterapia, e cirurgia em casos graves ou recorrentes.
A prevenção das hemorroidas envolve manter hábitos intestinais saudáveis, como evitar a constipação, manter-se hidratado, consumir uma dieta rica em fibras, praticar exercícios regulares e evitar esforço excessivo durante as evacuações.
Doença celíaca
A doença celíaca é uma condição crônica do sistema imunológico desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio. Quando os indivíduos com doença celíaca consomem alimentos contendo glúten, o sistema imunológico reage atacando o revestimento do intestino delgado, resultando em danos à mucosa intestinal.
Os sintomas da doença celíaca podem variar de leves a graves e incluem desconforto abdominal, diarreia crônica, constipação, inchaço, flatulência, fadiga, perda de peso, anemia, dores de cabeça, erupções cutâneas e até osteoporose.
O diagnóstico da doença celíaca geralmente envolve uma combinação de exames de sangue para detectar anticorpos específicos e uma biópsia do intestino delgado para avaliar os danos à mucosa. É importante que os pacientes não iniciem uma dieta sem glúten antes do diagnóstico, pois isso pode interferir nos resultados dos testes.
O tratamento principal para a doença celíaca é uma dieta rigorosa sem glúten, pois há o risco de agravos como a desnutrição – consequência da incapacidade do intestino de absorver nutrientes dos alimentos. Isso significa evitar alimentos que contenham trigo, cevada, centeio e qualquer ingrediente derivado desses grãos. A adesão estrita a uma dieta sem glúten geralmente leva à cicatrização do intestino delgado e ao alívio dos sintomas.
Além disso, os pacientes com doença celíaca podem precisar de suplementos vitamínicos para compensar deficiências nutricionais causadas pela má absorção de nutrientes.
É importante que os pacientes com doença celíaca tenham acompanhamento médico regular para monitorar sua saúde e garantir uma dieta adequada. Para aqueles com histórico familiar de doença celíaca, é recomendável procurar orientação médica e realizar testes de triagem, se necessário.
Saiba mais sobre a doença celíaca.
Fonte imagem: Vida Natural
Colite isquêmica
A colite isquêmica é uma condição em que há redução do suprimento sanguíneo para o cólon, resultando em inflamação e lesão no tecido intestinal. É particularmente comum entre indivíduos com mais de 60 anos, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária.
Geralmente ocorre devido a uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o cólon, o que pode ser causado por bloqueio ou estreitamento das artérias que suprem o intestino.
Os sintomas da colite isquêmica podem variar de leves a graves e incluem dor abdominal, sensibilidade abdominal, cólicas, diarreia sanguinolenta, fezes com sangue ou muco, náuseas, vômitos e urgência em evacuar.
O diagnóstico da colite isquêmica geralmente envolve uma combinação de exames médicos, incluindo história clínica detalhada, exames de imagem, e possivelmente exames de sangue para avaliar a função renal e os níveis de eletrólitos.
O tratamento da colite isquêmica depende da gravidade dos sintomas e das complicações associadas. Além do tratamento, é importante abordar os fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da colite isquêmica, como doença arterial periférica, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade e uso de certos medicamentos.
Câncer de intestino
O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é uma condição grave que infelizmente afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ele se desenvolve quando células anormais no revestimento do intestino grosso ou do reto crescem de forma descontrolada, formando tumores. Esses tumores podem ser benignos no início, mas com o tempo podem se tornar cancerígenos e se espalhar para outras partes do corpo.
Os sintomas do câncer de intestino podem variar, mas incluem mudanças prolongadas nos hábitos de evacuação, como diarreia ou constipação, presença de sangue nas fezes, dores abdominais persistentes e inexplicadas, sensação de que o intestino não foi completamente esvaziado após uma evacuação e perda de peso não intencional. É importante estar atento a esses sinais e procurar um médico se eles persistirem.
A maioria dos cânceres colorretais se desenvolve a partir de pequenos crescimentos não cancerígenos, chamados pólipos, que se formam no revestimento do intestino grosso ou do reto. Com o tempo, alguns desses pólipos podem se tornar cancerígenos. Por isso, a detecção precoce e a remoção de pólipos são fundamentais na prevenção do câncer de intestino.
Fonte imagem: Biblioteca Virtual em Saúde
O câncer colorretal é um dos tipos mais comuns de câncer em homens e mulheres. Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de intestino incluem histórico familiar da doença, idade avançada, dieta rica em carnes vermelhas e processadas, falta de atividade física, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Além da falta de atenção e do acompanhamento de sintomas relacionados ao intestino, que inicialmente poderiam ser condições simples e tratáveis, mas que evoluíram para o câncer.
É fundamental realizar exames de rastreamento regularmente, como colonoscopias, a partir dos 45 anos, para detectar precocemente quaisquer alterações no intestino que possam indicar câncer, principalmente se há sintomas. A detecção precoce do câncer de intestino aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido.
Maio Roxo
Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal
Maio Roxo é o mês de conscientização das doenças inflamatórias intestinais (DIIs). No dia 19 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal. A cor roxa foi escolhida para simbolizar a luta e a solidariedade em relação a essas condições de saúde.
O objetivo dessa iniciativa é destacar a importância do diagnóstico precoce para garantir um tratamento adequado. A campanha também busca ampliar o debate público sobre o assunto e sensibilizar a sociedade para a importância do tema.