No cenário da saúde feminina, é fundamental compreender as diversas condições que podem afetar as mulheres em diferentes estágios de suas vidas. Além das questões ginecológicas, há uma gama de doenças que merecem atenção e cuidados específicos, visto que são as que mais afetam o público feminino.
Neste artigo, exploraremos algumas das principais doenças que afetam a saúde das mulheres. Conhecer essas condições é o primeiro passo para promover uma vida saudável e plena, destacando a importância da conscientização, da prevenção e do acesso ao cuidado médico adequado.
Além de conhecer as principais condições que afetam as mulheres, dá uma olhadinha no guia completo que fizemos sobre a saúde da mulher. Está bem completo mesmo.
Agora vamos lá!
O que é endometriose e como afeta a saúde feminina?
A endometriose é uma condição complexa na qual o tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero, cresce em locais fora dele, como a cavidade abdominal. Isso pode incluir áreas como os ovários, a bexiga e até mesmo o intestino, resultando em uma série de sintomas e complicações.
Essa condição, muitas vezes dolorosa, pode afetar significativamente a qualidade de vida das mulheres afetadas. Embora a endometriose geralmente seja diagnosticada após os 20 anos de idade, o crescimento anormal do tecido endometrial pode ocorrer antes mesmo da primeira menstruação.
A endometriose profunda, caracterizada pela penetração das células endometriais em tecidos mais profundos, pode causar danos significativos e está associada a sintomas graves, como dores abdominais intensas, cólicas menstruais severas, dor durante a relação sexual, alterações intestinais e urinárias, infertilidade e fadiga.
Existem vários tipos de endometriose, cada um com suas próprias características e complicações. Estes incluem endometriose profunda, superficial, intestinal, ovariana, de parede abdominal, pulmonar, peritoneal e umbilical. Cada tipo pode apresentar sintomas específicos e exigir abordagens de tratamento personalizadas.
O diagnóstico da endometriose muitas vezes requer uma combinação de exames clínicos, físicos e ginecológicos, juntamente com exames de imagem, como ultrassom pélvico e ressonância magnética, e, em alguns casos, biópsia para confirmação.
Embora não haja cura para a endometriose, existem opções de tratamento disponíveis para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A cirurgia é indicada em casos mais graves.
Saiba mais sobre a endometriose.
Quais são as principais doenças que afetam a saúde feminina?
Além dos problemas e doenças ginecológicas, as mulheres enfrentam uma série de desafios relacionados à saúde, sendo algumas das doenças mais prevalentes:
Câncer de mama:
Uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres no país, com cerca de 66 mil novos casos registrados em 2021. A mamografia é uma ferramenta importante para o diagnóstico precoce, especialmente após os 50 anos.
HPV/câncer do colo do útero:
O vírus HPV é uma das principais causas do câncer do colo do útero, com mais de 18 mil casos anuais e quase seis mil óbitos. Exames preventivos como o Papanicolau são fundamentais para detectar e tratar o vírus.
Osteoporose
Afeta principalmente mulheres após a menopausa, causando redução da massa óssea e aumentando o risco de fraturas. Dieta rica em cálcio e exercícios físicos são medidas preventivas importantes.
Alzheimer
Um tipo de demência que afeta principalmente pessoas com mais de 60 anos, sendo duas vezes mais comum em mulheres. A prevenção envolve manter hábitos saudáveis ao longo da vida.
Esclerose Múltipla
Uma doença crônica do sistema imunológico que afeta o sistema nervoso central, com maior incidência em mulheres. A prevenção ainda é desconhecida, mas manter níveis adequados de vitamina D e estilo de vida saudável podem ajudar.
Lúpus
Causa inflamação em várias partes do corpo, afetando principalmente articulações, rins, cérebro e pulmões. Os sintomas incluem dores de cabeça, fadiga e inchaço. O tratamento geralmente envolve controle dos sintomas e medicamentos imunossupressores.
Essas são apenas algumas das doenças que afetam significativamente a saúde das mulheres no Brasil, destacando a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado para garantir uma vida saudável e de qualidade.
Saúde feminina: Quais são os tipos de câncer mais comuns nas mulheres?
Os tipos de câncer mais comuns em mulheres (excetuando-se os tumores de pele não melanoma) representam um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo. Dentre os mais prevalentes, destacam-se:
Câncer de mama
Este tipo de câncer é o mais comum entre as mulheres em todo o mundo, representando cerca de 22% dos casos novos de câncer detectados anualmente. A mamografia é uma ferramenta crucial para o diagnóstico precoce, permitindo tratamento eficaz e aumento das chances de cura.
Câncer de colo do útero
Com aproximadamente 500 mil novos casos por ano em todo o mundo, o câncer de colo do útero é o segundo tipo mais comum entre as mulheres. Sua incidência é particularmente alta em países em desenvolvimento. Exames preventivos como o Papanicolau são fundamentais para detectar e tratar a doença precocemente, evitando complicações.
Câncer de cólon e reto
Este tipo de câncer também afeta significativamente as mulheres, sendo uma das principais causas de mortalidade. A realização de exames de rastreamento, como a colonoscopia, é importante para identificar precocemente alterações no intestino e permitir intervenções terapêuticas adequadas.
Também é comum o câncer de traqueia, brônquio, pulmão e estômago. Diante desses desafios, é fundamental promover a conscientização sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento adequado para garantir a saúde e o bem-estar das mulheres.
Confira a cartilha ‘O desafio feminino do câncer’ produzida pelo INCA.
O que é câncer de mama e como fazer a prevenção para zelar pela saúde feminina?
O câncer de mama, também conhecido como neoplasia mamária, é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento anormal de células cancerígenas na mama. Como já sinalizamos, é o tipo de tumor mais comum entre mulheres (ficando atrás apenas do câncer de pele), mas é o que mais frequentemente resulta em óbito.
Apesar de sua gravidade, é incomum que o câncer de mama se manifeste antes dos 35 anos, e nem todos os nódulos mamários são malignos – muitos são benignos. Quando identificado e tratado precocemente, o câncer de mama tem altas chances de cura, chegando a até 95%.
Entretanto, em estágios iniciais, o tumor pode ser pequeno demais para ser detectado ao toque e só pode ser visualizado através de exames de imagem, como a mamografia. Por isso, é fundamental que as mulheres realizem consultas ginecológicas anuais e exames de rotina regularmente.
O câncer de mama pode se manifestar de diversas formas e conhecer seus diferentes tipos é essencial para compreender a doença. Entre os tipos mais comuns estão o carcinoma ductal, o carcinoma lobular e os tecidos conjuntivos, enquanto os menos comuns incluem o câncer de mama inflamatório, a doença de Paget, o tumor filoide e o angiossarcoma.
Os sintomas mais frequentes do câncer de mama incluem a presença de um caroço na mama, acompanhado ou não de dor, além de alterações na pele da mama e o aparecimento de pequenos nódulos debaixo do braço.
O que é câncer do colo do útero e como fazer a prevenção?
O câncer do colo do útero é uma forma de câncer que afeta a parte final do útero, conhecida como colo do útero. Esse tipo de câncer geralmente se desenvolve ao longo de vários anos, começando com alterações nas células do colo do útero que podem ser detectadas através de exames preventivos, como o Papanicolau.
As principais causas do câncer do colo do útero estão relacionadas à infecção por certos tipos de vírus chamados HPV (Papiloma Vírus Humano). Fatores como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo e má higiene íntima podem aumentar o risco de infecção por HPV e, consequentemente, o risco de desenvolver câncer do colo do útero.
Prevenir o câncer do colo do útero é fundamental e pode ser feito por meio de exames preventivos, como o Papanicolau. Esse exame envolve a coleta de células do colo do útero, que são posteriormente examinadas em laboratório. Quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer do colo do útero tem altas chances de cura, chegando a 100%.
Todas as mulheres que já tiveram atividade sexual, principalmente aquelas entre 25 e 59 anos, devem realizar o exame preventivo regularmente. A frequência do exame preventivo deve ser anual, a menos que haja alguma alteração detectada, caso em que o médico pode recomendar um acompanhamento mais frequente ou outros exames complementares.
O que é câncer de ovário e como fazer a prevenção?
O câncer de ovário é uma condição desafiadora, muitas vezes assintomática e de detecção tardia, resultando em diagnósticos frequentemente em estágios avançados da doença. Cerca de 90% dos casos são identificados tardiamente. Embora cerca de 10% dos casos possam ter uma base genética, associada à síndrome familiar de mama e ovário, é importante ressaltar que cistos ovarianos comuns geralmente não estão ligados ao câncer de ovário. Esses cistos são pequenas bolsas contendo líquido que, na maioria das vezes, são inofensivas e desaparecem naturalmente, especialmente quando pequenas ou sem características suspeitas.
O câncer de ovário mais prevalente origina-se das células epiteliais que revestem a parte externa dos ovários. Esses tumores podem ser classificados em vários tipos, incluindo seroso de alto grau, endometrial, de células claras, mucinoso ou de baixo grau. Tipicamente, os tumores ovarianos afetam mais frequentemente mulheres na menopausa, e a contracepção oral pode reduzir o risco de desenvolvimento dessa condição.
Os sintomas do câncer de ovário geralmente são sutis e inespecíficos, frequentemente confundidos com distúrbios gastrointestinais comuns ou alterações relacionadas à menopausa. Estes podem incluir desconforto abdominal, sensação de empachamento, náuseas, mudanças nos hábitos intestinais, perda ou ganho de peso inexplicável, sangramento vaginal anormal, fadiga, dor nas costas, dor durante a relação sexual e alterações menstruais. É importante observar que a presença desses sintomas não é necessariamente indicativa de câncer de ovário, mas qualquer sintoma persistente ou incomum deve ser avaliado por um profissional de saúde.
Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de ovário, incluindo idade avançada, nuliparidade, histórico familiar da doença e certas síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch e mutações em genes específicos (BRCA1, BRCA2, BRIP1, RAP51C ou RAD51D).
Atualmente, não existe um método completamente eficaz para o diagnóstico precoce do câncer de ovário. O diagnóstico frequentemente baseia-se na história clínica, exame físico e ultrassonografia transvaginal.
O que é câncer de tireoide e como afeta a saúde feminina?
Localizada no pescoço, a tireoide é uma glândula composta por dois lobos conectados por um istmo, assemelhando-se a uma borboleta. Essa glândula desempenha um papel imprescindível na regulação do metabolismo, produzindo hormônios essenciais para o corpo.
O câncer de tireoide afeta predominantemente as mulheres, com uma incidência três vezes maior do que nos homens, especialmente entre os 20 e 65 anos de idade. Um dos sintomas mais comuns é a detecção de um nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço.
Existem diferentes tipos de câncer de tireoide, sendo os mais comuns o carcinoma papilífero, folicular, medular e anaplásico. O carcinoma papilífero é o mais frequente e geralmente apresenta um crescimento lento, muitas vezes sendo detectado em exames de rotina. Já o carcinoma folicular tem maior propensão a recidivas e metástases. Por outro lado, o carcinoma medular e anaplásico são mais agressivos, com maior probabilidade de disseminação para outros órgãos.
Os principais fatores de risco para o câncer de tireoide incluem exposição à radiação na região do pescoço, certas síndromes genéticas e histórico familiar da doença ou de bócio.
O diagnóstico geralmente envolve exames de imagem, como ultrassonografia, cintilografia e ressonância magnética, além de biópsia por aspiração com agulha fina para identificar células tumorais malignas.
O tratamento primário para o câncer de tireoide é cirúrgico, com a remoção total ou parcial da tireoide (tireoidectomia), levando em consideração o tipo e a gravidade da doença.
Conclusão sobre a saúde feminina
Conhecer as doenças que mais afetam as mulheres é essencial para promover uma abordagem proativa em relação à saúde feminina. A conscientização sobre essas condições, juntamente com a adoção de medidas preventivas e o acesso regular aos cuidados médicos, desempenha um papel importante na promoção do bem-estar e na redução do impacto dessas doenças.
Vale reforçar que, embora algumas dessas condições possam parecer assustadoras, o diagnóstico precoce e os avanços na medicina oferecem esperança e oportunidades de tratamento eficaz. Ao continuar compartilhando informações e promovendo ações voltadas para a saúde das mulheres, podemos trabalhar juntos para garantir uma vida saudável e vibrante para todas.
Agora não esquece de dar uma olhada no nosso Guia da Saúde da Mulher!