Anestesia peridural ou epidural
O que é e como é?
A anestesia peridural, também conhecida como anestesia epidural, é um procedimento amplamente difundido no meio médico, popularizado em 1931 após a descrição do método de abordagem do espaço epidural por Dogliotti. Este tipo de anestesia é considerado seguro e eficaz, sendo categorizado como um tipo de anestesia regional.
Seu funcionamento consiste na interrupção temporária da condução nervosa, com bloqueio das funções autonômicas, sensitivas e motoras de forma localizada. Essencialmente, a anestesia peridural bloqueia a dor de uma região específica do corpo, geralmente da cintura para baixo, incluindo abdômen, pelve, costas e pernas.
Indicada principalmente para procedimentos cirúrgicos simples, nos quais não há necessidade de relaxamento muscular, a anestesia peridural permite que o paciente permaneça acordado durante a cirurgia, sem afetar o seu nível de consciência. Além disso, a analgesia peridural também pode ser utilizada para o manejo da dor durante e após cirurgias, quando administrada por meio de infusão contínua.
Preparado para embarcar em uma jornada fascinante pelo mundo da anestesia peridural? Então, segure firme, pois vamos explorar todos os detalhes dessa técnica anestésica.
Qual a diferença entre a anestesia peridural e a anestesia geral?
A anestesia peridural e a anestesia geral se distinguem como técnicas anestésicas, cada uma com suas próprias características e aplicações específicas. Essas distinções se refletem tanto na forma de administração quanto nos efeitos resultantes no corpo do paciente.
Na anestesia peridural, o anestésico é introduzido no espaço epidural (a nível lombar ou torácico), promovendo um bloqueio localizado dos nervos. Este método é categorizado como uma forma de anestesia regional, onde o paciente permanece consciente, mas sem sensibilidade na área anestesiada durante o procedimento.
Por outro lado, na anestesia geral, o paciente é levado a um estado de inconsciência generalizada. Durante esse processo, o paciente necessita de um respirador artificial que garante a oxigenação adequada. Este tipo de anestesia é indicado para cirurgias onde é essencial um controle completo da resposta do paciente ao estímulo cirúrgico.
Apesar das diferenças mencionadas, tanto a anestesia peridural quanto a anestesia geral são consideradas técnicas seguras quando realizadas por profissionais qualificados.
Qual a diferença entre a anestesia raquidiana e a anestesia peridural?
Anestesia peridural e raqui
Muitas pessoas que se preparam para procedimentos cirúrgicos frequentemente têm dúvidas sobre as diferenças entre a raquianestesia e a anestesia peridural, ambos métodos comuns de bloqueio neuroaxial.
Na raquianestesia, o anestésico é diretamente injetado no líquido cefalorraquidiano, no espaço subaracnóideo da coluna vertebral, onde as raízes nervosas estão localizadas. Este procedimento é realizado através de uma agulha, que é inserida e removida posteriormente. Em certos casos menos comuns, um cateter fino pode ser deixado no local para permitir a administração de doses adicionais do medicamento, se necessário.
Em contraste, na anestesia peridural, o anestésico é administrado no espaço epidural da coluna vertebral, fora da membrana aracnóidea. Pode ser deixado um cateter local durante todo o procedimento cirúrgico para a administração contínua do medicamento.
Assim, as distinções entre a anestesia raquidiana e peridural estão na localização da administração do anestésico e no método de injeção, destacando a importância da escolha da técnica adequada pelo anestesiologista, levando em conta as necessidades individuais do paciente e os detalhes da cirurgia.
Agulha na anestesia peridural
A agulha epidural tem um calibre um pouco maior. O tipo mais comum é o Tuohy, disponível em tamanhos de 16G e 18G, proporcionando uma inserção segura e eficaz.
Durante o procedimento, o médico pode empregar a manobra de Dogliotti para guiar a inserção da agulha. Esta técnica envolve a inserção da agulha no espaço entre os processos espinhosos das vértebras, avançando até que seja percebida uma resistência. Essa resistência indica que a agulha alcançou o nível do ligamento.
Para atingir o espaço epidural, é necessário vencer essa resistência; confirmado o posicionamento da agulha, a anestesia é administrada de maneira segura e eficaz.
Anatomia da anestesia peridural
Alterações fisiológicas
Na anatomia da anestesia peridural, compreender a estrutura da coluna vertebral e suas relações é imprescindível. O corpo humano possui 33 vértebras, responsáveis por proteger a medula espinhal. Esta é envolvida por três meninges: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter.
Durante a administração da anestesia peridural, a agulha não ultrapassa todas as meninges e é inserida no espaço peridural, que se estende do forame magno até as vértebras S1-S2. Esse espaço contém raízes nervosas, tecido conjuntivo e o plexo venoso vertebral interno.
Os anestésicos atuam nos canais de sódio voltagem-dependente dos neurônios, realizando o bloqueio fásico e interrompendo o impulso nervoso. Isso resulta na eliminação da dor e sensibilidade da região, enquanto ainda é possível sentir toque e pressão.
As principais posições para a aplicação são sentada ou em decúbito lateral (deitada), aumentando a distância no espaço intervertebral e facilitando o acesso com a agulha.
No aspecto fisiológico, a anestesia peridural bloqueia predominantemente o sistema simpático, resultando em vasodilatação e redução da resistência vascular periférica.
Anestesia peridural com sedação
Em alguns casos, a anestesia peridural pode ser complementada com sedação para garantir o conforto do paciente durante o procedimento cirúrgico. A sedação pode ser administrada por via intravenosa e ajuda a reduzir a ansiedade e proporcionar um ambiente mais relaxado para o paciente.
Quais as vantagens?
Ao contrário da raquianestesia, a anestesia peridural pode ser utilizada em cirurgias do andar superior do corpo, proporcionando uma cobertura mais abrangente e flexibilidade para procedimentos em diversas regiões.
Uma das principais vantagens da anestesia peridural é a possibilidade de passagem de um cateter através da agulha. Essa técnica permite a administração contínua de anestésico local, proporcionando um controle mais preciso da dor ao longo do procedimento cirúrgico e durante o período pós-operatório.
Além disso, a anestesia peridural pode possibilitar a realização do procedimento sem o bloqueio motor, a depender da dose utilizada, das particularidades do paciente e do tipo de cirurgia.
Outro benefício significativo da anestesia peridural é o alívio efetivo da dor com baixas doses de anestésico local, proporcionando um equilíbrio entre a analgesia eficaz e a preservação da função neurológica e motora do paciente.
Quais as indicações?
A anestesia raquidiana é frequentemente indicada para cirurgias:
– Abdominais e torácicas com grande potencial álgico (ex: mama, fígado pulmão)
– Obstétricas (a paciente não sentirá dor, mas as contrações uterinas serão mantidas)
– Ortopédicas
– Ginecológicas
– Urológicas
– Vasculares
Dentre outras.
Quais as contraindicações?
A anestesia peridural é considerada segura e eficaz, mas é importante considerar algumas contraindicações associadas a esse procedimento.
Ela é contraindicada em pacientes com variações anatômicas no local da punção, como feridas, infecções, lesões e algumas tatuagens. Além disso, pacientes com hipovolemia ou hipertensão intracraniana também estão sujeitos a complicações devido ao bloqueio simpático e à descompressão súbita do líquido cefalorraquidiano (LCR).
Outras contraindicações incluem coagulopatias, o uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, e condições médicas como bacteremia/sepse, alterações importantes na coluna, sangramentos sem causa aparente, diátese hemorrágica.
Em contrapartida, a anestesia peridural está associada a um menor risco de taquicardia e eventos cardiovasculares, trombose e complicações pulmonares.
É compreensível sentir algum receio em relação à aplicação de anestesia. No entanto, é importante lembrar que os anestesistas são profissionais altamente qualificados e experientes, em constante atualização e dedicados a garantir a segurança e o conforto dos pacientes em todos os momentos.
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Quais os efeitos colaterais da anestesia?
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão a queda da pressão arterial, que é seguramente controlada pelo anestesista. Além disso, náuseas, vômitos e tremores também podem ocorrer.
Quanto tempo dura a anestesia?
Normalmente, os efeitos da anestesia peridural começam entre 10 a 20 minutos após sua administração. A duração do seu efeito vai depender da dose aplicada e do tipo de anestésico local utilizado. Tudo irá depender do tipo do procedimento cirúrgico e do seu potencial álgico.
Anestesia peridural em São Paulo?
Anestesia peridural em Campinas?
O anestesista é um profissional que desempenha um papel fundamental na segurança e no bem-estar dos pacientes durante procedimentos cirúrgicos.
Quando se trata da sua saúde, a confiança é fundamental, e escolher o anestesista certo é uma decisão importante. Reconhecido internacionalmente por sua expertise e comprometimento com o cuidado dos pacientes, o Grupo Care Anestesia (GCA) reúne uma equipe de profissionais altamente qualificados e dedicados a proporcionar uma experiência segura e tranquila para todos os pacientes.
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