Anestesia raquidiana, raqui, raquianestesia ou anestesia subaracnóidea
O que é e como é a anestesia raquidiana?
A anestesia raquidiana, também conhecida como raquianestesia, raqui ou anestesia subaracnóidea, é uma das técnicas anestésicas mais utilizadas nos procedimentos cirúrgicos.
Seu surgimento remonta a mais de um século, com um marco histórico no final do século XIX, quando o médico alemão August Bier realizou os primeiros experimentos com essa técnica inovadora. August Bier, poucos anos após o advento dos anestésicos tópicos e dos bloqueios nervosos periféricos, conduziu uma cirurgia experimental em um paciente jovem com tuberculose, utilizando uma agulha de Quincke de alto calibre. Nesse experimento, Bier injetou 3mL de cocaína (anestésico local ) 0,5% no espaço subaracnóideo do paciente, obtendo resultados satisfatórios. Desde então, a anestesia raquidiana evoluiu e tornou-se uma técnica amplamente empregada.
Essa técnica, também conhecida como bloqueio neuroaxial regional, consiste na administração de um anestésico por meio de uma injeção atraves da coluna vertebral, atingindo o espaço subaracnóideo. Esse procedimento bloqueia os nervos nas raízes anteriores e posteriores, tornando insensível à dor uma parte específica do corpo. É importante ressaltar que, durante a anestesia raquidiana, o paciente mantém a consciência. A sedação pode ser associada a essa técnica para garantir conforto durante o procedimento.
Ela é conhecida por seu rápido início de ação, promovendo um bloqueio sensitivo e motor logo após sua aplicação. Preparado para embarcar em uma jornada fascinante pelo mundo da anestesia raquidiana? Então, segure firme, pois vamos explorar todos os detalhes dessa técnica anestésica
Qual a diferença entre a anestesia raquidiana e a anestesia geral?
A anestesia raquidiana e a anestesia geral são técnicas anestésicas distintas, cada uma com suas características e indicações específicas. Essas diferenças se manifestam tanto na forma como são aplicadas quanto nos efeitos provocados no corpo do paciente.
Na anestesia raquidiana, o anestésico é injetado na região lombar da coluna vertebral, resultando em um bloqueio localizado dos nervos. Essa abordagem é classificada como uma forma de anestesia regional, na qual o paciente permanece consciente, porém sem sensibilidade na área anestesiada durante o procedimento.
Na anestesia geral, o paciente é levado a um estado de inconsciência. Essa forma de anestesia é recomendada para cirurgias nas quais é fundamental um controle total da resposta do paciente ao estímulo cirúrgico.
Apesar das diferenças, tanto a anestesia raquidiana quanto a anestesia geral são técnicas bastante seguras quando realizadas por profissionais qualificados.
Qual a diferença entre a anestesia raquidiana e a anestesia peridural?
Essa é uma dúvida de muitas pessoas que se preparam para procedimentos cirúrgicos. Assim como a raquianestesia, a anestesia peridural é outro método de bloqueio neuroaxial utilizado comumente.
Na raquianestesia, o medicamento anestésico é injetado diretamente no líquido cefalorraquidiano, no espaço subaracnóideo da coluna vertebral, onde se encontram as raízes nervosas. Em casos menos frequentes, é possível deixar um cateter ( muito fino) no local, permitindo a reinjeção de novas doses do medicamento, se necessário.
Por outro lado, na anestesia peridural, o medicamento anestésico é injetado no espaço epidural da coluna vertebral, fora da membrana aracnóidea. Essa técnica pode proporcionar um bloqueio mais difuso e menos previsível dos nervos, em comparação com a raquianestesia.
Portanto, as diferenças entre a anestesia raquidiana e a anestesia peridural residem na localização da administração do anestésico e na forma como o medicamento é injetado. A escolha da técnica deve ser feita levando em consideração as necessidades do paciente e da intervenção cirúrgica.
Como é a agulha raquidiana?
Agulha espinhal
A agulha para raquianestesia, também conhecida como agulha espinhal, apresenta fino calibre e é especialmente projetada para penetrar no espaço subaracnóideo da coluna vertebral com precisão e segurança, sendo utilizada para injetar anestésicos locais nesta região.
Anatomia da anestesia raquidiana
A aplicação da anestesia raquidiana é realizada na região lombar da coluna vertebral, entre as vértebras lombares. Geralmente, a punção é feita entre as vértebras L3-L4 ou L4-L5, onde o canal espinhal é mais largo e acessível. O paciente é posicionado de lado ou sentado, com as costas curvadas para facilitar a abertura dos espaços entre as vértebras.
Após a limpeza e a assepsia da pele, realiza-se a aplicação de anestesia local e posteriormente a agulha raquidiana é inserida no espaço subaracnóideo, onde a solução anestésica é administrada. A confirmação da localização correta é realizada pela visualização do refluxo do líquido cefalorraquidiano.
Anestesia raquidiana com sedação
Em alguns casos, a anestesia raquidiana pode ser complementada com sedação para garantir o conforto do paciente durante o procedimento cirúrgico. A sedação pode ser administrada por via intravenosa e ajuda a reduzir a ansiedade e proporcionar um ambiente mais relaxado para o paciente.
A combinação de anestesia raquidiana e sedação pode ser uma escolha benéfica, especialmente em cirurgias mais longas.
Quais as vantagens da anestesia raquidiana?
- Rápido início de ação: A anestesia raquidiana oferece um rápido início de ação, proporcionando anestesia eficaz em poucos minutos.
- Menor incidência de náuseas e vômitos: Comparada à anestesia geral, a anestesia raquidiana está associada a uma menor incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios.
- Recuperação rápida: Os pacientes submetidos à anestesia raquidiana geralmente apresentam uma recuperação rápida e podem ter alta hospitalar precoce..
- Eficiência com pequenas doses: Uma pequena dose do medicamento é suficiente para obter o bloqueio das terminações nervosas.
- Atenuação da REMIT: A resposta endócrino-metabólica induzida por trauma é atenuada com o uso da raquianestesia.
- Controle satisfatório da dor peri-operatória e pós-operatória: A inibição do estímulo periférico pela raquianestesia contribui para um satisfatório controle da dor, tanto durante quanto após a cirurgia.
- Melhora da perfusão: O bloqueio do sistema nervoso simpático secundário à raquianestesia resulta em melhorias na perfusão tanto central quanto periférica, reduzindo a ocorrência de eventos tromboembólicos.
Quais as desvantagens da anestesia raquidiana?
Quais as principais complicações e riscos?
- Cefaleia pós-punção dural que apesar de desconfortável, é um evento auto limitado e possui tratamento específico e eficaz.
- Hipotensão arterial: A anestesia raquidiana pode levar a uma diminuição da pressão arterial, que é controlada seguramente pelo anestesista.
- Hipotermia induzida: A redistribuição do fluxo sanguíneo devido à vasodilatação causada pelo bloqueio simpático pode levar à hipotermia, um evento comum das anestesias do neuroeixo que é facilmente prevenível com o aquecimento ativo do paciente.
Apesar das possíveis desvantagens associadas à anestesia raquidiana, é importante ressaltar que com a experiência e técnica adequadas do anestesista, esses riscos podem ser mitigados de forma significativa. A habilidade do profissional em lidar com essas situações aliada aos avanços na prática anestésica e monitoramento contínuo do paciente, garantem um ambiente cirúrgico controlado e seguro, proporcionando aos pacientes tranquilidade durante o procedimento.
Quais os efeitos colaterais da anestesia raquidiana?
A raquianestesia é um procedimento seguro, mas como qualquer intervenção médica, pode apresentar efeitos colaterais. Os pacientes podem experimentar sonolência, pressão arterial baixa, s, formigamento, tremores, coceira e irritação na pele. É fundamental destacar que o anestesiologista estará presente durante todo o procedimento para tratar e minimizar esses efeitos, tanto no intra quanto no pós operatório garantindo o conforto e a segurança do paciente.
Cefaléia pós anestesia raquidiana
A cefaléia pós-anestesia raquidiana, também conhecida como cefaleia pós-punção da dura-máter (CPPD), é um efeito colateral que ocorre devido a perda de líquido cefalorraquidiano. Essa perda liquórica, resultado da perfuração onde foi injetado o anestésico, pode desencadear a cefaléia.
A incidência da CPPD está diretamente relacionada a predisposição individual do paciente, calibre da agulha de punção e técnica. No entanto, é importante ressaltar que atualmente, devido ao uso de agulhas de raquianestesia mais finas e com pontas mais apropriadas, a incidência da cefaleia pós-punção é extremamente baixa.
Os sintomas dessa cefaléia geralmente se manifestam entre 24 e 48 horas após a anestesia, embora possam surgir até 5 dias depois. A dor de cabeça é o principal sintoma, podendo irradiar para a região frontal, posterior, cervical e dos ombros. Além disso, a dor tende a piorar em posição em pé ou sentada e melhorar ao deitar..
Outros sintomas que podem acompanhar a cefaleia pós-raqui incluem náuseas, rigidez da nuca, sensibilidade à luz, zumbidos ou diminuição da capacidade auditiva.
É um evento autolimitado e possui tratamento bastante eficaz.
Quanto tempo dura a anestesia raquidiana?
A duração depende da dose do anestésico utilizada, podendo durar de 2 a 4 horas e em determinados casos devido a sensibilidade individual de cada paciente, pode variar para mais ou para menos.
Quais as indicações?
A anestesia raquidiana é frequentemente indicada para cirurgias:
– Ortopédicas (membros inferiores)
– Ginecológicas
– Urológicas
– Obstétricas
– Inguinal
– Abdominais
Dentre outras.
Quais as contraindicações?
Este método anestésico não é recomendado em casos de resistência total por parte do paciente ou de falta de cooperação durante o procedimento; a ausência de imobilidade completa e postura adequada pode dificultar a realização dos movimentos da agulha pelo anestesista. Outras situações que contraindicam o uso dessa técnica incluem distúrbios de coagulação, especialmente quando o paciente está em tratamento com anticoagulantes, antiagregantes plaquetares, presença de infecções na área de punção e neuropatia nos membros inferiores.
Anestesia em São Paulo?
Anestesia raquidiana em Campinas?
Encontrar um anestesista de confiança pode ser uma tarefa desafiadora. Afinal, esse profissional desempenha um papel determinante na segurança e no bem-estar dos pacientes durante procedimentos cirúrgicos.
Quando se trata da sua saúde, a confiança é fundamental, e escolher o anestesista certo é uma decisão importante.
Reconhecido internacionalmente por sua expertise e comprometimento com o cuidado dos pacientes, o Grupo Care Anestesia (GCA) reúne uma equipe de profissionais altamente qualificados e dedicados ao proporcionar uma experiência segura e tranquila para todos os pacientes.
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