Maio Roxo é muito mais do que uma cor. É um movimento global dedicado a conscientizar sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) e a importância do diagnóstico precoce. Este mês de conscientização ganha destaque em 19 de maio, o Dia Mundial das DIIs, estabelecido para ampliar a compreensão sobre condições como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.
Criado em 2010 durante a Digestive Disease Week nos Estados Unidos, o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (World IBD Day ) é coordenado pela European Federation of Crohn’s and Ulcerative Colitis Associations (EFCCA) e envolve associações em mais de 50 países, incluindo o Brasil, representado pela Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD). Para ampliar ainda mais o impacto, a campanha estende-se por todo o mês de maio.
O objetivo do Maio Roxo vai além de apenas chamar atenção para a cor roxa que simboliza a luta e a solidariedade em relação a essas condições de saúde. Busca-se informar a sociedade sobre as DIIs, desde suas causas até os tratamentos disponíveis, sensibilizando para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto.
As DIIs afetam milhares de pessoas em todo o mundo, com uma crescente prevalência a cada ano. No Brasil, por exemplo, a incidência chega a cerca de 100 diagnósticos de doenças inflamatórias para cada 100 mil habitantes. A falta de informação sobre essas doenças é um desafio para os pacientes.
Além da conscientização, a campanha Maio Roxo visa arrecadar recursos para apoiar programas de pesquisa e tratamento das DIIs. Essas doenças, devido a seus sintomas crônicos, podem ter um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos, gerando estigmas sociais e dificuldades diárias.
O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal e o Maio Roxo, juntamente com outras iniciativas, têm contribuído significativamente para elevar a conscientização sobre essas enfermidades, oferecendo apoio e esperança àqueles que lidam com esses desafios diariamente.
Veja a cartilha do Maio Roxo elaborada pela Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn.
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Incidência e Prevalência das doenças inflamatórias intestinais
Primeiramente, vamos entender a diferença entre esses termos:
Incidência: A incidência se refere à taxa de ocorrência de novos casos de uma determinada doença em uma população durante um período específico de tempo. É uma medida de quão rapidamente uma doença está surgindo em uma população.
Prevalência: Por outro lado, a prevalência se refere à proporção de pessoas que têm uma determinada doença em uma população em um determinado momento. É uma medida de quão comum uma doença na população, incluindo casos antigos e novos.
Agora vamos aos dados:
- De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as doenças inflamatórias intestinais impactam milhões de pessoas em todo o mundo, superando 5 milhões de casos.
- Um estudo recente revelou um aumento cumulativo de 14,8% ao ano nos casos de doenças inflamatórias intestinais no Brasil ao longo de um período de 9 anos (2012 a 2020).
- No Brasil, a prevalência dessas condições pode atingir cerca de 100 casos por cada 100 mil habitantes no sistema de saúde pública, com maior concentração observada nas regiões Sudeste e Sul do país.
- As doenças inflamatórias intestinais mais comuns no Brasil incluem a doença de Crohn (48%) e a retocolite ulcerativa (51%), cujos diagnósticos têm aumentado progressivamente nos últimos anos.
- Em 2020, a incidência média no país foi de 7 casos para retocolite ulcerativa e 3 casos para doença de Crohn a cada 100 mil habitantes.
- Em alguns países desenvolvidos, a prevalência dessas condições pode chegar a até 1% da população.
Fonte Imagem: SBCP
Saiba mais sobre a incidência das doenças inflamatórias.
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Doenças inflamatórias Intestinais
- Natureza e variedade: As doenças intestinais abrangem uma vasta gama de condições que impactam o sistema digestivo, desde distúrbios leves e temporários até condições crônicas e debilitantes.
- Papel do Intestino: Dividido em intestino delgado e grosso, o intestino desempenha um papel fundamental na digestão, absorção de nutrientes e eliminação de resíduos, destacando sua importância para a saúde geral.
- Conexão intestino-cérebro: Além de suas funções digestivas, o intestino também influencia o humor e o comportamento, evidenciando a interconexão entre intestino e cérebro.
Causas e fatores de risco
- Mais frequentes em adolescentes e adultos jovens (15 a 40 anos)
- Infecções, inflamação, distúrbios imunológicos, fatores genéticos, estilo de vida e dieta contribuem para o desenvolvimento dessas condições.
Sintomas
Os sintomas das doenças intestinais variam em intensidade e incluem inchaço, gases, dores abdominais, diarreia, constipação, fadiga, entre outros.
Riscos das doenças inflamatórias intestinais
Complicações como estenoses e danos nos tecidos podem resultar em graves impactos na qualidade de vida.
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Principais doenças inflamatórias intestinais:
Doença de Crohn
Inflamação crônica no intestino delgado e grosso, com sintomas como diarreia persistente, fístulas e abscessos. O tratamento envolve medicamentos e, em casos graves, cirurgia.
Retocolite Ulcerativa
Inflamação no reto e cólon, com lesões ulcerosas, causando cólicas, urgência para evacuar e sangramento nas fezes. O tratamento inclui medicamentos específicos e, em alguns casos, cirurgia.
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Cuidados básicos para a saúde intestinal
Aqui estão algumas dicas importantes:
- Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, proteínas e fibras, fortalece o corpo e mantém o intestino saudável.
- Hidratação adequada: Beber bastante água é importante para evitar o ressecamento das fezes e melhorar o funcionamento intestinal.
- Mastigação cuidadosa: Mastigar bem os alimentos facilita a digestão e contribui para o bom funcionamento do sistema digestivo.
- Evitar alimentos processados: Alimentos industrializados são ricos em substâncias prejudiciais ao organismo, portanto, devem ser evitados.
- Redução do consumo de álcool e tabaco: O excesso de álcool e tabaco pode irritar a flora intestinal, sendo importante reduzir ou evitar seu consumo.
- Prática regular de exercícios físicos: Atividades físicas ajudam a manter a saúde intestinal e geral do corpo.
- Consumo de probióticos: Os probióticos são benéficos para a flora intestinal e podem ser encontrados em produtos como iogurtes e leites fermentados.
- Uso moderado de laxantes: O uso excessivo de laxantes pode prejudicar o intestino a longo prazo. É importante usá-los apenas com orientação médica.
- Gestão do estresse: O estresse pode desencadear problemas intestinais, portanto, é importante praticar atividades relaxantes e garantir boas noites de sono.
- Realização de exames preventivos: Consultas médicas regulares e exames preventivos são fundamentais para diagnosticar e prevenir complicações intestinais.
Seguindo esses cuidados, é possível manter a saúde intestinal e evitar o desenvolvimento de doenças inflamatórias, contribuindo para uma vida mais saudável e equilibrada.
Confira em detalhes as diversas condições que podem afetar o intestino no nosso guia sobre ‘Doenças do intestino’.