O trabalho de parto marca o início da jornada da maternidade e é um processo complexo e natural que leva ao nascimento do bebê. Envolve uma série de eventos fisiológicos que preparam o corpo da mulher para o parto. Este artigo aborda detalhadamente cada aspecto do trabalho de parto, desde os sinais iniciais até a importância da comunicação com o médico.
Como é e como funciona o trabalho de parto?
O trabalho de parto é o processo pelo qual ocorrem contrações uterinas subsequentes que dilatam o colo uterino, facilitando a saída do feto e da placenta do útero. Essas contrações são rítmicas e involuntárias, podendo também ser clinicamente induzidas, resultando no afinamento e na dilatação do colo do útero.
O trabalho de parto normal é caracterizado pelo início espontâneo e por ser de baixo risco desde o começo até o final do processo. O bebê nasce espontaneamente na posição cefálica entre 37 e 42 semanas de gestação, e, após o nascimento, tanto a mãe quanto o bebê estão em boas condições.
Duração do trabalho de parto
O trabalho de parto pode variar significativamente em duração. Para mães de primeira viagem, o processo pode durar entre 12 e 18 ou 20 horas, enquanto para aquelas que já tiveram filhos, pode ser mais curto.
Início do trabalho de parto
O trabalho de parto geralmente começa com contrações na parte inferior do abdômen, que ocorrem a intervalos regulares. Essas contrações iniciais podem ser leves, irregulares e distanciadas, semelhantes a cólicas menstruais. Com o tempo, tornam-se mais longas, intensas e frequentes. Além das contrações, a dor nas costas também é comum.
Esses sinais podem ser precedidos ou acompanhados por outros indicativos do parto iminente:
Perda do tampão mucoso
A perda do tampão mucoso é um dos primeiros sinais. À medida que o trabalho de parto se aproxima, o colo do útero começa a se abrir, facilitando a liberação do tampão mucoso. Este evento indica que o corpo está se preparando para o parto iminente.
Em gestações entre 38 e 42 semanas, a perda do tampão mucoso é um sinal de que o nascimento pode ocorrer em breve. Este tampão é uma secreção composta por muco e pequenas quantidades de sangue que pode ser expelida pela vagina conforme o colo do útero começa a dilatar. Esse processo pode ocorrer até 72 horas antes do início das contrações regulares.
Se a perda do tampão mucoso ocorrer antes de 37 semanas de gestação, é essencial buscar assistência médica imediatamente, pois pode ser um sinal de trabalho de parto prematuro. Normalmente, as contrações começarão pouco depois da expulsão do tampão mucoso. Para monitorar esse processo, a gestante pode cronometrar as contrações e registrar as informações para compartilhar com seu médico.
Após a expulsão do tampão mucoso, o início do trabalho de parto pode variar, podendo ocorrer dentro de horas, dias ou até semanas. Durante esse período, atividades que movimentam um pouco o corpo como praticar exercícios suaves e caminhadas são recomendadas.
O tampão mucoso pode ter diferentes aparências?
Sim, o tampão mucoso pode apresentar-se como uma substância transparente e gelatinosa ou pode ter uma coloração rosada ou acastanhada, e pode conter vestígios de sangue.
Como eu sei que estou eliminando o tampão mucoso?
Ele sai de uma única vez?
Ele tem um tamanho e formato definido?
Não há um padrão definido para o tamanho do tampão mucoso que facilite sua identificação imediata pelas mulheres quando é expelido. De fato, algumas mulheres podem não perceber a eliminação do tampão.
Ele pode ser eliminado de uma só vez em um grande pedaço, ou pode sair em partes menores ao longo de um período de tempo.
Mulheres que estão grávidas pela segunda vez geralmente têm um colo do útero mais elástico, o que aumenta a probabilidade de o tampão mucoso ser eliminado em uma única peça e com menos presença de sangue.
Rompimento da bolsa amniótica
Ruptura das membranas
Durante o trabalho de parto, é comum ocorrer a ruptura das membranas que envolvem o feto, conhecidas como saco amniótico. Esse evento, conhecido como “ruptura da bolsa” ou “a bolsa estourou”, pode acontecer com a liberação gradual do líquido amniótico pela vagina, ou de forma repentina, com a perda completa do líquido de uma só vez.
Às vezes, essa perda de líquido pode ser confundida com urina, especialmente se a gestante estiver experimentando incontinência urinária.
Para a maioria das mulheres, a ruptura das membranas indica que o trabalho de parto está próximo ou já começou.
Após a ruptura das membranas próximo à data prevista do parto, a maioria das mulheres entra espontaneamente em trabalho de parto dentro de um dia. Entretanto, se as contrações não começarem após um período prolongado e o bebê estiver a termo, é comum que a gestante seja internada no hospital para iniciar artificialmente o trabalho de parto. Isso é feito para reduzir o risco de infecção. Em situações de ruptura prematura das membranas antes das 37 semanas de gestação, é crucial buscar atendimento médico imediato.
Embora a ruptura da bolsa seja um momento de expectativa e preparação para o nascimento iminente, é importante manter a calma. A gestante pode se preparar com tranquilidade e seguir para a maternidade para avaliação e acompanhamento adequados. O bebê não nascerá imediatamente.
Confira nosso guia completo sobre parto normal
Quais as fases do trabalho de parto?
1ª fase
Dilatação
O processo de dilatação do colo do útero ocorre em duas fases distintas: latente e ativa. O processo de dilatação se completa quando atinge 10 cm.
Fase latente
Durante a fase latente do trabalho de parto, as contrações começam de forma irregular e gradualmente se intensificam em frequência e força. Neste estágio inicial, o desconforto é geralmente leve, mas pode aumentar conforme o trabalho de parto progride.
O colo do útero começa a afinar e dilatar, alcançando aproximadamente quatro a cinco centímetros de abertura. Em mulheres que estão dando à luz pela primeira vez, esta fase pode durar cerca de oito horas, podendo se estender até 20 horas. Já em gestações subsequentes, a fase latente tende a ser mais curta, com duração média de cinco horas e podendo chegar até 14 horas.
Durante a fase latente, quando a dilatação é de até quatro centímetros e o trabalho de parto ainda não está plenamente estabelecido, recomenda-se que a mulher receba suporte emocional, métodos de alívio da dor e orientações para retornar para casa.
Fase ativa
Durante a fase ativa do trabalho de parto, o colo do útero se expande significativamente, passando de cerca de quatro centímetros para uma dilatação completa de 10 centímetros. Nesta fase, o bebê, frequentemente a cabeça, inicia sua descida através da pelve da mulher.
À medida que o bebê se move para o canal de parto, a mulher pode sentir uma forte urgência de empurrar conforme as contrações se intensificam. No entanto, é essencial resistir a esse impulso até que o colo do útero esteja completamente dilatado para evitar fadiga desnecessária e possíveis lesões no colo do útero.
A fase ativa geralmente se estende por cerca de 2 a 7 horas, dependendo da mulher e de gravidez anterior.
2ª fase
Fase de expulsão
Período expulsivo
Durante a fase de expulsão do trabalho de parto, que se inicia após a completa dilatação do colo do útero, ocorre o nascimento do bebê. Este estágio, conhecido como período de transição, pode ser breve mas intensamente doloroso.
Com o colo do útero dilatado entre 8 e 10 centímetros, a mulher é incentivada a começar a empurrar para ajudar o bebê a descer pelo canal de parto. Durante esta fase, é essencial que a mulher siga as orientações fornecidas para facilitar o parto, empurrando conforme seu ritmo e mantendo uma respiração controlada.
A escolha da posição para o parto é flexível, permitindo que a gestante opte pela posição mais confortável e que favoreça o processo de expulsão do bebê.
3ª fase
Dequitação
Eliminação da placenta
Na terceira fase do trabalho de parto, chamada de dequitação, ocorre após o nascimento do bebê. Durante essa fase, a placenta é expelida, podendo ocorrer de forma espontânea ou ser removida pelo médico. É comum que seja administrada ocitocina, um hormônio que facilita o trabalho de parto e o nascimento do bebê.
Quando ir para a maternidade?
Quando as contrações durante o trabalho de parto se tornam mais intensas e prolongadas, geralmente durando de 40 segundos a mais de 1 minuto, com intervalos de 5 minutos ou menos entre elas, é um sinal de que a fase ativa do trabalho de parto está em curso.
Embora não haja necessidade de pressa, é importante agir com cautela e considerar se dirigir para a maternidade. Essa fase pode durar entre 10 a 12 horas, então é importante entrar em contato com seu médico para discutir os próximos passos e garantir uma transição tranquila para o ambiente hospitalar.
Sinais e sintomas do trabalho de parto
Como saber que estou em trabalho de parto?
Identificar os sinais de trabalho de parto pode ser fundamental para evitar intervenções desnecessárias e garantir uma transição tranquila para o hospital quando necessário. Embora não haja uma sequência previsível de eventos, alguns sinais comuns incluem cólicas semelhantes às menstruais que se intensificam gradualmente, além de contrações uterinas ritmadas e, em alguns casos, o rompimento da bolsa das águas.
Reconhecer esses sinais ajuda a mãe a se preparar adequadamente e a entrar em contato com seu médico para orientações específicas sobre quando ir para a maternidade.
Hormônio e contrações
Qual hormônio produz contrações rítmicas da musculatura lisa do útero auxiliando na indução do trabalho de parto e no consequente nascimento do bebê?
Ocitocina
A ocitocina é o hormônio que estimula contrações rítmicas da musculatura lisa do útero, auxiliando na indução do trabalho de parto e no nascimento do bebê. A administração de ocitocina sintética pode ser utilizada para induzir ou acelerar o trabalho de parto ou para ajudar na eliminação da placenta, após a saída do bebê.
Contrações de Braxton Hicks
Contrações de treinamento – falso trabalho de parto
As contrações de Braxton Hicks, também conhecidas como contrações de treinamento, são contrações uterinas irregulares que ocorrem durante a gravidez. Diferentes do trabalho de parto verdadeiro, essas contrações não aumentam em intensidade ou frequência.
Mito: Abacaxi induz trabalho de parto?
Há um mito de que comer abacaxi pode induzir o trabalho de parto. No entanto, não há evidências científicas que comprovem essa afirmação. O abacaxi contém bromelina, uma enzima que pode amolecer o colo do útero, mas não é suficiente para induzir o parto. Da mesma forma, existe o mito para gengibre e canela.
O trabalho de parto é um momento muito importante, e é fundamental que a mamãe esteja alinhada com o seu médico para esclarecer todas as dúvidas e mitos.
Essa não é a hora de apostar em uma crença popular.
A Importância da relação Médico-Paciente
A importância da relação médico-paciente durante o trabalho de parto vai além da comunicação aberta e clara; é fundamental para o bem-estar e segurança da mãe e do bebê.
Estabelecer confiança mútua e um entendimento profundo entre a paciente e o profissional de saúde cria um ambiente de suporte emocional e físico muito importantes. Isso facilita o processo do parto, tornando-o mais seguro e confortável, e ajuda a reduzir a ansiedade e proporciona à gestante a confiança necessária para tomar decisões informadas durante todo o processo.
Uma relação sólida médico-paciente durante o trabalho de parto promove um cuidado personalizado e empático, onde a gestante se sente ouvida e respeitada, contribuindo significativamente para uma experiência positiva de parto e pós-parto.
Conclusão
O trabalho de parto é um processo complexo e natural que marca o início da jornada da maternidade. Desde os sinais iniciais até a importância da relação médico-paciente, cada fase desse processo demanda compreensão e preparo adequado.
Entender os sinais, estar ciente das opções de cuidado e estabelecer uma comunicação aberta com o médico são essenciais para garantir uma experiência de parto segura e positiva, tanto para a mãe quanto para o bebê. É através desse entendimento e suporte que podemos tornar esse momento único e especial na vida de cada família.
Parto normal em Campinas?
Encontrar uma equipe médica, um hospital totalmente preparado e equipado com tecnologia de ponta e um anestesista de confiança para o seu parto pode ser uma tarefa desafiadora. Afinal, esse momento é provavelmente o mais importante para a mamãe e ter a segurança é fundamental.
Quando se trata da sua saúde e a do seu bebê, a confiança é fundamental, e escolher o anestesista certo é uma decisão importante. Da mesma forma, escolher o hospital pode fazer toda a diferença. Felizmente, em Campinas, há uma opção de excelência: o Grupo Care Anestesia (GCA) e o Hospital Vera Cruz.
Reconhecido internacionalmente por sua expertise e comprometimento com o cuidado dos pacientes, o GCA é responsável por todos os procedimentos anestésicos do Hospital Vera Cruz e reúne uma equipe de profissionais altamente qualificados e dedicados ao proporcionar uma experiência segura e tranquila para todos os pacientes.
Além disso, você sabia que para cada parto realizado no Vera Cruz, uma árvore é plantada? Essa é uma iniciativa do GCA e do hospital com a ONG Copaíba que busca contribuir para o reflorestamento da Mata Atlântica.
Essa ação é tão legal, que em 2024, tanto o GCA quanto o Vera Cruz foram reconhecidos por essa ação e receberam o certificado World Environment Day, destinado a instituições globais que possuem eventos e atividades voltados para a sustentabilidade.
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